O projeto é descrito pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Flor, Pedro Lima, como “um sonho” que está materializado para compreensão pública numa apresentação que, até 30 de agosto, vai estar disponível em consulta pública, no Centro Cultural da vila. Assim, todos os munícipes podem perceber o que se desenha e dar os seus contributos.
O autarca revela que a ideia é “requalificar o Parque de Campismo, inaugurado em 1983, trazê-lo à atualidade com um novo tom, de conservação, das alterações climáticas, de retenção do conhecimento, colocar noutro patamar os 30 hectares do Peneireiro e transformá-lo num Eco Park”.
“Citando Leonardo da Vinci, a simplicidade é o último grau de sofisticação”, sublinha o edil, explicando que, apesar de arrojada, a intervenção pretendida assenta nos recursos naturais que existem, estão ao dispor e é preciso acrescentar-lhes valor: "É aqui que se pretende intervir, preparar a herança das gerações vindouras com respeito pelo planeta, pelos recursos que nele existem, pelas acessibilidades e inclusão, pela preservação do ecossistema, da fauna e flora, pela biodiversidade, e é de forma sustentável que Vila Flor pretende conquistar um lugar de referência na era moderna que conjugue conforto, natureza, glamour, modernização, inovação, recreio e lazer”, sustenta.
O objetivo é que a requalificação seja o menos percetível, “queremos fazer uma renaturalização, que quem entrar lá pense “isto é natureza intocável”, defende.
No anteprojeto perspetiva-se criar um centro de alterações climáticas com vertentes de estudo, investigação e desenvolvimento de ações na área florestal, respondendo à obrigação que todos temos de usar o conhecimento para assegurar o respeito por todo o contexto ambiental. Na vertente de recreio e lazer prevê-se a criação de um anfiteatro ao ar livre, com mobiliário moderno, sustentável e potenciador da prática de atividades de caráter socio cultural; zonas de contemplação e relaxamento, nomeadamente para observar o céu estrelado de um território com certificação Starlight, espaços que convidem à leitura e convívio.
Para ficar, a ideia passa por aprofundar e aplicar em Vila Flor o conceito de glamping, um acampamento com glamour, com tendas funcionais estilo open space, campismo com zonas individualizadas e abrigos para tendas, bungalows com linhas modernas de design e arquitetura, caravanismo com capacidade para estacionarem 40 autocaravanas, que, tal como no parque Car Tent destinado a veículos com tendas anexas, haverá por cada loteamento, espaço exterior individual. Nas suas imediações, uma piscina natural embeleza a pintura e satisfaz os amantes da água.
Para além dos parques de merendas, uma zona para refeições, que pode ser acedida a pé ou em família, pela ciclovia que ali vai ser desenhada, com passagem na área playground e outdoor gym, zonas para recreio com equipamentos para diversão de crianças e prática desportiva com ginásio ao ar livre.
O Complexo do Peneireiro possui em áreas contíguas, as piscinas municipais, de vila flor, o “Arena Vila Flor” (campo de futebol de praia), o complexo desportivo, um mini zoo, a barragem do peneireiro, entre outras infraestruturas. O Parque de Campismo está encerrado, segundo o edil, porque “durante 40 anos foi sobreutilizado”, não reunindo atualmente as condições necessárias para assegurar a qualidade e o conforto exigíveis. Para esta requalificação, Pedro Lima garante que possui “2,5 milhões de euros já cativos no Fundo Ambiental”, tendo a expectativa de lançar o concurso para a execução da primeira fase da obra até finais de 2023, para dar início aos trabalhos durante 2024.
O projeto foi apresentado publicamente na abertura da Expovila, a Feira das atividades económicas de Vila Flor, que reúne na tenda principal 120 expositores da terra, com vinho, amêndoa, azeite, mel, queijos e outros produtos e, no exterior, 18 artesãos.
Uma das componentes mais importantes deste certame é a animação, feita em permanência por bandas e associações da terra, mas que conta no cartaz com artistas de renome nacional, como Gisela João, Ivandro, Paulo Gonzo e Fernando Daniel.
Comentários