No próximo sábado, 21 de setembro, a cidade de Lisboa será novamente invadida por um dos eventos mais festivos e contagiantes da Península Ibérica, o XVI Desfile Internacional da Máscara Ibérica.
A partir das 16h30, o desfile terá início na Praça do Comercio, percorrendo depois as principais ruas da Baixa Pombalina. O trajeto sobe pela Rua do Ouro, segue pela Rua da Vitoria, pela Rua da Prata e regressa à Praça do Comércio, terminando junto ao Torreão nascente.
Mais de 500 participantes oriundos de diferentes pontos do país, de Espanha, Itália e Grécia prometem transformar a capital num palco de cultura e tradição, onde a interação entre os grupos e o público será um dos momentos mais especiais.
O evento marca o regresso a Lisboa após a pandemia, reunindo grupos que já participaram em edições anteriores e outros que fazem a sua estreia, num testemunho da riqueza do património cultural imaterial dos países representados, com especial destaque para Portugal.
Tradições de Portugal: Caretos, Pauliteiros e Festas de Norte a Sul
A representação portuguesa será uma das mais fortes e diversificadas. Entre os destaques estão os Caretos de Podence (Macedo de Cavaleiros), o único grupo ibérico a receber a chancela da UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade. O seu famoso Entrudo Chocalheiro atrai todos os anos milhares de visitantes à aldeia de Podence, e agora traz a sua energia frenética e ancestral a Lisboa, com as suas máscaras coloridas e trajes tradicionais a ecoar pelas ruas.
Outro destaque nacional são os Bugios e Mourisqueiros de Valongo, uma das maiores e mais interessantes festas de máscaras da Península Ibérica. A Progestur, entidade promotora do evento, tem uma ligação profunda com esta tradição, já que foi a partir dela que foi produzido o primeiro livro da associação sobre os rituais da máscara. Este será o primeiro ano em que os Bugios e Mourisqueiros desfilam em Lisboa, marcando a tão aguardada estreia.
O desfile contará ainda com a participação dos Pauliteiros de Miranda do Douro, conhecidos pela sua dança e os seus trajes tradicionais, aos quais se juntam outros grupos icónicos como o Entrudo das Aldeias de Xisto (Góis), a Festa do Menino, a Festa do Velho e da Galdrapa e a Festa dos Moços (todas de Miranda do Douro), cada uma trazendo diferentes elementos das festividades mirandesas.
De norte a sul do país, desfilam também os Cardadores de Vale de Ílhavo, os Caretos da Lagoa (Mira), os Caretos de Arcas (Macedo de Cavaleiros), os Máscaros de Vila Boa (Vinhais) e os Caretos de Lazarim (Lamego), proporcionando uma rica amostra da diversidade dos rituais de máscara em Portugal.
Ritmos e personagens de Espanha: Da Galiza a León, com tradições asturianas
Espanha traz ao desfile uma diversidade impressionante de grupos regionais. Da província de Cáceres, as Las Carantoñas de San Sebastián e o imponente grupo Jarramplas são duas das presenças mais aguardadas. O grupo Jarramplas, oriundo de Piornal, desfilará uma tradição singular que impressiona pelo poder visual e pelos ritmos intensos que acompanham a máscara mítica.
Da Galiza chegam o contagiante Entroido de Samede, os coloridos Los Boteiros y Folión de Viana do Bolo, os icónicos Merdeiros de Vigo, os ritmados Follateiros e as elegantes Bonitas de Sande, que prometem encher o desfile de cor e energia. Estes grupos galegos são representantes de uma rica tradição de máscaras que tem cativado o público ao longo das edições do festival.
Ainda de Espanha, da província de León, os imponentes Los Toros y Los Guirrios de Velilla de la Reina e os intrigantes Jurros e Castrones del Alija del Infantado trazem figuras ancestrais e misteriosas, oferecendo ao público uma visão autêntica das tradições da região.
A província de Astúrias estará representada por vários grupos que marcam presença habitual no desfile. Entre eles estão os Sidros y Comedies de Valdesoto, conhecidos pela sua alegria contagiante e pela colaboração próxima com o FIMI, e os Máscaros de Rozaes, que trazem as suas tradições vivas para as ruas de Lisboa. Juntam-se ainda os Mazcaritos d’Uviéu e a vibrante Banda de Gaitas do Concelho de Llangréu, com os seus trajes e músicas típicas que prometem animar as ruas lisboetas.
Elegância e mistério: máscaras de Itália e Grécia
A tradição carnavalesca italiana chega através dos Masquaoste de Veneza, com a elegância e o mistério das máscaras venezianas, conhecidas pelo seu requinte artesanal e pela beleza que caracteriza o célebre carnaval de Veneza.
Os gregos Volakas Drama juntam-se a esta celebração viva da herança cultural imaterial, trazendo mais uma dimensão internacional a este desfile multicultural, que se pretende verdadeiramente inesquecível.
Participação especial da CEDEMA
Um momento especial desta edição será a participação dos utentes da CEDEMA – Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Mentais Adultos - que criaram trajes e máscaras inspirados nos rituais de máscara, com os quais participam no desfile, proporcionando um momento de inclusão e criatividade único no evento.
Recorde-se que a organização do XVI Desfile Internacional da Máscara Ibérica está a cargo da ADGTCP/Progestur e EGEAC/Cultura, com o apoio do Turismo de Portugal, da Associação de Turismo de Lisboa, da Universidade Lusófona e da Profitecla.
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