A regulamentação europeia prevê que as empresas devem utilizar pelo menos 80% dos direitos de decolagem e aterragem que lhes são atribuídos nos aeroportos, sob pena de perderem os direitos na temporada seguinte, caso não o façam.
Estas regras tornaram-se inaplicáveis pela crise de saúde que causou o colapso do tráfego aéreo desde março de 2020.
A norma ficou mais flexível com a pandemia e, a partir de 28 de março de 2021, as empresas podem utilizar 50% dos seus slots de decolagem e pouso. Mas o nível é considerado excessivo pelo setor de aviação, novamente atingido pelo aparecimento da variante ómicron do vírus.
O presidente executivo do grupo Lufthansa, Carsten Spohr, alertou no dia 23 de dezembro que seria forçado a fazer "18.000 voos inúteis" durante o inverno "apenas para preservar os direitos de decolagem e pouso" da companhia.
"Apesar dos constantes pedidos por maior flexibilidade, a UE aprovou uma regra de utilização de 50% (...) claramente irreal", declarou à AFP um porta-voz da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) na quarta-feira, que representa a grande maioria das empresas.
As organizações de aeroportos já tiveram trocas difíceis com a Iata nos últimos meses, principalmente no que se refere às taxas que os aeroportos recebem das empresas por cada pouso e decolagem, num contexto de problemas financeiros para o setor.
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