O imenso recife que tem o tamanho do Japão atravessou em 2016 e 2017 dois graves episódios de branqueamento devido às altas temperaturas da água.
Os especialistas consideram que uma zona de 2.300 quilómetros de comprimento poderia ter sofrido danos irremediáveis.
O governo prometeu lutar contra as mudanças climáticas em geral, mas também estuda as medidas a curto prazo para dar um leve respiro ao conjunto coralino mais extenso do mundo.
Em janeiro, Camberra lançou um concurso para investigadores e desbloqueou dois milhões de dólares australianos para financiar ideias inovadoras para salvar o local.
A Grande Barreira de Coral também está ameaçada tanto pelas atividades industriais e agrícolas, como pela coroa-de-espinhos (Acanthaster planci), uma estrela do mar invasiva que devora os corais.
Foram selecionados seis projetos de um total de 69 propostas. Os seis projetos serão testados para comprovar se são fazíveis ou não, anunciou o governo sexta-feira, dia 20 de julho.
Um dos seis projetos propõe clarear as nuvens ao injetar nas mesmas cristais de sal marinho, o que aumenta as suas capacidades de refletir.
David Mead, investigador do Instituto australiano de Ciências Marinhas, acredita que a proposta tem potencial real apesar de, à primeira vista, poder parecer um pouco louca.
"A nossa equipa estuda a utilização de um funil muito fino para injetar pequenas gotas de água do mar a um ritmo de milhares de milhões por segundo. A água vaporiza-se e as partículas de sal ficariam a flutuar no ar", afirmou.
"Se chegamos a injetá-las no sistema, poderemos aumentar a taxa de luz solar que é refletida", acrescentou ao grupo de meios ABC.
Outra ideia apresentada é a de uma película biodegradável ultrafina com partículas refletoras que iria cobrir alguns dos recifes para protegê-los do calor.
"O bom desta película é que tem a espessura de uma molécula, podemos nadar através dela e sozinha formar-se-á de novo", declarou à ABC Andrew Negri, outro cientista do Instituto.
Entre as outras ideias selecionadas, está a produção maciça de larvas de coral graças à impressão 3D de superfícies para apoiar o seu crescimento ou a coleta e realocação de larvas.
Fonte: AFP
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