O desenho, segundo os arqueólogos, foi feito há 73.000 anos, pelo menos 30.000 anos antes dos demais desenhos abstratos previamente identificados na África, Europa e Sudeste Asiático.

Foi encontrado por investigadores dentro da Caverna Blombos, um sítio arqueológico localizado cerca de 300 quilómetros ao leste da Cidade do Cabo, um local que contém evidências de alguns dos primeiros elementos do que os humanos hoje chamariam de cultura.

Expedições anteriores à caverna encontraram contas de conchas, peças gravadas de ocre e ferramentas fabricadas a partir de uma substância rudimentar semelhante ao cimento.

Entre os artefactos havia um pequeno floco de rocha de silicato, sobre o qual um padrão de linhas cruzadas de três por seis foi intencionalmente desenhado em vermelho ocre.

"Nossas análises microscópicas e químicas do padrão confirmam que o pigmento vermelho ocre foi intencionalmente aplicado ao floco com um lápis ocre", escreveu a equipa num estudo publicado semana passada na revista Nature.

Os cientistas disseram que o padrão que aparece no fragmento originalmente pode ter ocupado uma área maior e ter sido "mais complexo na sua totalidade".

Embora existam gravuras rupestres bem mais antigas, incluindo uma em Java de pelo menos meio milhão de anos, a equipa de investigadores disse que a 'hashtag' da Caverna Blombos é o mais antigo desenho conhecido.

"Isso reforça a ideia de que o desenho era algo que existia nas mentes dos caçadores-coletores", disse à AFP Francesco d'Errico, diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica da Universidade de Bordeaux.

Embora desenhos como o descoberto na África do Sul sem dúvida tinham um "significado simbólico", d'Errico disse que os primeiros humanos "provavelmente não os consideravam como arte".

Fonte: AFP