Na cozinha da ti Raquel é também utilizada na confeção das filhós, o que as tornam famosas.
A receita é simples, “levam farinha, fermento, ovos e um cálice de vinho de aguardente de medronho. Fica mais forte.”
Uma conterrânea testemunha a qualidade das filhós da ti Raquel e acrescenta que “eram as mais adoradas da nossa aldeia”. Ela, “o meu nome é Raquel mas chamam-me ti Raquel,” confirma: “adoravam as minhas filhós.
"Fazia um alguidar grande e num instante desapareciam. Um levava cinco, outro duas ou três… desapareciam logo”.
Agora diz que não tem feito nada. Com as obras em casa “o que faço é comer e dormir. Mas regressou às filhós porque o Natal está a chegar e os membros do Grupo Etnográfico da Serra do Caldeirão esperam degustar algumas.
Como também as costas que a ti Raquel continua a fazer. “As costas é simples de fazer. A base é massa do pão e colocam açúcar e canela”.
Começámos nas filhós com aguardente de medronho, já provámos as costas mas devíamos ter começado pelas papas de milho.
Segundo a conterrânea da ti Raquel, as papas de milho também desaparecem num instante. “Faz umas ricas papas. Fazemos passeios, um festival de folclore e mais atividades. É ela que faz as papas e rapidamente acabam.”
A quantidade, pelo que conta a ti Raquel, é um tacho com 5kg de milho. “Um tacho enorme. Eles gostam das papas. Leva qualquer coisa… não é!”. Esse "qualquer coisa" não o diz.
A outra mulher é que acrescenta que é vulgar na região fazerem papas de milho com marisco, atum ou chouriça, produtos fáceis de adquirir. A ti Raquel fala mais em conquilhas mas passou a fazer a cozedura em separado. É no prato que cada um junta as conquilhas com as papas e fica “uma maravilha”.
Além dos dotes culinários que têm fama na Cortelha, a ti Raquel faz farte do Grupo Etnográfico da Serra do Caldeirão que visa divulgar a cultura regional.
As filhós da ti Raquel são as mais conhecidas da serra do Caldeirão faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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