É difícil ver imagens da Toscana e não ter vontade imediata de marcar logo viagem. O verde dos ciprestes feitos sentinelas à porta das grandes villas contrasta com o castanho da terra e o amarelo dos campos, criando uma paleta de cores que não se encontra em muitos lugares.

É, sem dúvida, uma das regiões mais cinematográficas de Itália. É também uma das maiores e com mais pontos de interesse para os turistas, o que pode dificultar um pouco na hora de planear a viagem.

Alugar um carro é imprescindível, se querem visitar muitos locais diferentes. Os transportes públicos são muito limitados, por isso, ter um carro disponível ajuda e muito a cumprir as vossas ambições de viajantes. Há sempre a hipótese de fazerem excursões de um ou meio dia a algumas vilas a partir de grandes cidades como Florença ou Siena, no entanto, nada se compara à liberdade de um carro. Até porque as paisagens que se encontram pelo caminho são daquelas que nos fazem parar a cada meia hora só para admirar.

O aluguer do carro ficou por 132€ (mais 35€ pela cadeira auto de bebé) para os 11 dias, no site Holidayautos.

O principal factor a ter em conta na hora de decidir o que visitar é o tempo de estadia. Nós optamos por um percurso de onze dias, o que nos permitiu visitar tudo o que planeámos, mas não tudo o que gostaríamos. Nunca subestimem o tempo de viagem entre duas vilas ou cidades, na Toscana distâncias curtas não são sinónimo de viagens curtas. Aconselhamos a não planearem mais do que dois locais de visita por dia, para poderem desfrutar da viagem tranquilamente, sem stress e cansaço desnecessário e aproveitando cada lugar conforme a vossa vontade e não sob o comando do relógio.

A terceira dica é que desliguem a opção de auto-estrada no GPS. As estradas nacionais oferecem vistas muito mais agradáveis e a possibilidade de pararem em cada vilarejo que vos pareça interessante.

Dito isto, vamos lá então começar.

Dia 1 a 3 - Florença

Voamos diretamente de Lisboa para Florença, de onde regressamos no final das férias, por isso tínhamos duas opções, começar ou terminar em Florença. Já agora, o voo de ida volta teve o custo de 252€ para os três, pela companhia aérea TAP.

Na hora de fazer planos, achamos que Florença seria das paragens mais cansativas dado o número absurdo de coisas a visitar e, portanto, decidimos começar logo por aqui.

As nossas suspeitas confirmaram-se, Florença é de facto avassaladora. Há muito para visitar e a multidão de turistas torna tudo mais confuso e cansativo, mas não pensem por isto que não vale a visita. Muito pelo contrário, Florença superou largamente as nossas expetativas.

É uma cidade magnífica, onde a arte opulenta contrasta com a simplicidade medieval. Além disso, os seus museus possuem coleções com algumas das obras de arte mais apreciadas e importantes do mundo, fazendo-nos querer passar tanto tempo fora de portas como dentro delas.

Resumindo, é uma paragem obrigatória em qualquer roteiro pela Toscana, ocupando, no mínimo, dois dias completos.

Dia 3 e 4 - Lucca e Pisa

No terceiro dia de viagem, após o almoço, rumamos a Lucca, uma cidade a cerca de 75km de Florença, ou seja, cerca de uma hora e meia de viagem. Foi o único percurso onde optámos pela auto-estrada.

Lucca foi uma surpresa. Fechada entre muralhas, esta vila medieval é tudo menos ‘fechada’. Há sempre gente nas ruas e praças e não falta animação. Se puderem visitem de dia e de noite, foi o que fizemos e recomendámos. Na nossa opinião também não deve ficar de fora num roteiro pela Toscana, pois embora não faltem vilas medievais pela Toscana, esta é bastante diferente.

Roteiro Toscana: O caminho certo (e sem inclinações) de Lucca a Pisa
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Ficámos alojados fora das muralhas e no dia seguinte rumámos a Pisa, num percurso que nos demorou pouco mais de meia hora.

Lá fomos nós tirar a foto cliché com a torre mais famosa do mundo, que achámos até bem bonita e nada decepcionante como nos fizeram crer. Uma hora ou duas são suficientes nesta paragem obrigatória.

Dia 4 a 6 - Ilha de Elba

Como tínhamos bastantes dias para visitar a Toscana quisemos fazer algo diferente e conhecer um pouco da principal ilha do arquipélago Toscano.

Visitada a torre de Pisa seguimos então até Piombino, a cidade portuária de onde saem os ferries para a ilha de Elba.
Convém comprar antecipadamente os bilhetes para o ferry, pois conseguem-se preços significativamente menores.
Nós compramos os bilhetes online cerca de dois dias antes e pagamos 106€ pelo percurso de ida e volta, com veículo incluído, numa das companhias que faz os trajectos mais rápidos. A viagem fez-se confortavelmente em 40 minutos.

Passámos duas noites em Elba, mas optámos por nos alojar numa zona balnear mais tranquila e não na capital, Portoferraio, onde chegam e partem os ferries. Ficamos em Marina di Campo, uma praia de areal extenso e um pequeno centro com bastantes serviços de restauração e comércio.

Soube-nos bem abrandar um pouco e ficar só a desfrutar da praia (que a nossa filha adora) e de bom peixe fresco, no entanto, não é de maneira nenhuma um local imperdível. Se tiverem poucos dias disponíveis, podem perfeitamente cortar esta paragem da lista.

Dia 6 a 8 - San Gimignano e Volterra

Apanhamos o ferry de regresso ao continente logo pela manhã, até porque sabíamos que ainda nos esperava uma viagem de carro de cerca de duas horas e meia de Piombino até San Gimignano.

Ficamos hospedados em San Gimignano por duas noites, pois além desta vila há bastantes coisas que se podem visitar ali à volta.

San Gimignano e Volterra: uma viagem até ao coração da Toscana
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Um dos dias dedicamos quase inteiramente à exploração da bonita e cuidada vila de San Gimignano e no outro aproveitámos para visitar Volterra e o Vale d’Elsa.

Apenas 30km separam San Gimignano de Volterra mas contem com uma viagem de quase 50 minutos, isto já sem falar naquelas paragens em pontos estratégicos para apreciar vistas panorâmicas de tirar o fôlego.

As duas são vilas medievais lindíssimas, mas diferentes, por isso, se possível, não deixem nenhuma de fora do vosso roteiro. A primeira é mais cuidada e trabalhada no sentido de envolver quem a visita no ambiente medieval. A segunda tem uma beleza mais crua e autêntica.

Dia 8 e 9 - Siena e Montalcino

É perfeitamente possível visitar Siena estando alojado em San Gimignano, mas como já pressentíamos que iríamos adorar esta cidade, queríamos passar lá uma noite.

Tal como imaginávamos, adorámos Siena e, por isso, recomendámos que façam o mesmo. Não conseguimos decidir se a cidade fica mais bonita de dia ou de noite.

Passamos um dia completo em Siena, que é o mínimo necessário para desfrutar e ver os principais pontos de referência. No dia seguinte seguimos para Cortona, a última paragem das nossa férias, mas antes fizemos um pequeno desvio para conhecer Montalcino, uma pequena vila medieval a cerca de uma hora de viagem de Siena.

É uma vila bastante pequena e pitoresca, conhecida por ser lar do vinho mais caro da Toscana, o Brunello de Montalcino. Tem o charme da Toscana e uma tranquilidade fora do normal, no entanto, é uma vila mesmo muito pequena, portanto, se tiverem o vosso tempo limitado, é uma daquelas que não consideramos obrigatória.

Dia 9 a 11 - Cortona e Montepulciano

Decidimos terminar a nossa viagem em Cortona, onde encontrámos um alojamento bem ao estilo toscano, para desfrutarmos de uns dias no campo. Não deixamos muita coisa para visitar nestes dias para termos um dia livre só para fazer basicamente nada mais do que aproveitar a piscina, caminhar pelos campos de girassóis, comer e beber vinho.

Posto isto, no primeiro dia visitámos Cortona, provavelmente a vila menos turística por onde passámos, e Montepulciano, a mais misteriosa. Se só puderem visitar uma das duas, não deixem de ir a Montepulciano. Uma curiosidade: foi aqui que filmaram algumas cenas do filme “Crepúsculo: Lua Nova” e não em Volterra.

No dia seguinte, o último das nossas férias, tal como já dissemos, ficamos apenas a desfrutar da natureza e do ar puro da Toscana, para voltarmos relaxados e de energia renovada.

Por visitar, para grande pena nossa, ficaram as Termas de Saturnia, uns banhos termais bastante peculiares, situados a cerca de duas horas de carro de Siena.

Por fazer, ficou uma aula de culinária, pois com uma bebé não é algo muito prático e viável de se fazer, especialmente se considerarmos que a maior parte das aulas tem duração superior a duas horas.

Esperamos que a nossa viagem vos faça sonhar com a Toscana e, acima de tudo, vos ajude a planear a vossa própria viagem. Voltamos em breve com roteiros mais detalhados para cada um dos locais visitados.