Os primeiros dois da Rede de Percursos Pedestres do Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT) são inaugurados no sábado e no domingo, a pouco dias se completarem três anos da criação oficial desta área protegida com características únicas no país.
O diretor Artur Cascarejo explicou à Lusa que o parque tem como missão fazer o investimento inicial para impulsionador a oferta já existente e estimular novos projetos com 7,5 milhões de euros garantidos para os primeiros 12 anos de funcionamento.
Nos dois percursos pedestres, que são a primeira ação visível no terreno, foram investidos cerca de 250 mil euros e o diretor do parque não tem dúvidas de que irão ter retorno porque os projetos que começaram a ser desenvolvidos assentam na procura turística que já existe na região.
Segundo Artur Cascarejo, entre o trabalho institucional que tem sido desenvolvido até agora encontram-se estudos feitos junto de agentes e operadores turísticos locais que dão contam da procura crescente pelo Turismo da Natureza de mercados como os Estados Unidos da América, dos países nórdicos europeus ou da vizinha Espanha.
“É o tipo de turista que nos interessa. Vem e não vai no mesmo dia. Vai fazendo os percursos, provando os produtos regionais, conhecendo a região e nós temos essa procura”, afirmou.
O que o parque se propõe fazer é “formatar o produto em pacotes turísticos para depois ajudar os privados a retirarem mais dividendos do facto de estarem” nesta área protegida.
Para o efeito, juntou-se ao consórcio Norte Natura e à marca institucional Natural.pt do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNFB) e vai criar percursos pedestres nos cinco concelhos de abrangência: Vila Flor, Mirandela, Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança, e Alijó e Murça, no distrito de Vila Real.
Os dois primeiros vão arrancar nos municípios de Mirandela e Vila Flor com passagem obrigatória pelas paisagens do rio Tua ou património em que se incluem as estações da antiga linha do Tua, atravessando vales encaixados, pontes, túneis e curvas apertadas.
O parque integra a rede nacional de áreas protegidas, mas tem autonomia, não dependendo do ICNFB, nem de outra instituição nacional.
Vai gerir diretamente metade da contrapartida de três por cento da faturação anual em produção de energia da barragem de Foz Tua, que se encontra em fase de conclusão, em Trás-os-Montes.
Ideias de projetos nesta área protegida podem ainda ser candidatadas a outros 25 por cento da contrapartida dada pela EDP, a concessionária da barragem, e os restantes 25 por cento destinam—se ao Fundo de Conservação da Natureza e Biodiversidade na área de influência da nova albufeira.
Além da preservação ambiental, a aposta principal do parque é a dinamização económica com a promoção de “percursos organizados em lógica de pacote turístico para dar a conhecer as aldeias, os produtos regionais, o turismo rural”.
O diretor que associar a oferta da caça e da pesca, que são também motivo de atração de visitantes à região.
“Oferta nós temos, o que normalmente falta é uma entidade que coordene isto tudo de forma articulada. É isso que o parque pretende fazer”, vincou o diretor.
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