Na apresentação do projeto, no centro de interpretação da Paisagem da Cultura da Vinha, no concelho de São Roque do Pico, o secretário regional do Ambiente, Neto Viveiros, explicou que a obra pretende, “com base em critérios científicos e adaptado ao turismo de preservação, proporcionar uma maior divulgação do património geológico dos Açores e de toda a sua geodiversidade, presente em vulcões, grutas e outras paisagens vulcânicas”.
Neto Viveiros destacou que a obra ficará “em pleno núcleo da Paisagem Protegida da Cultura da Vinha da ilha do Pico, classificada pela UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura] como Património Mundial” e “enquadrada pela montanha do Pico, simultaneamente o mais jovem e o maior vulcão poligenético dos Açores (resultou de várias erupções ao longo do tempo), o ponto mais alto de Portugal e o terceiro maior vulcão do oceano Atlântico”.
Segundo o governante, “a Casa dos Vulcões constituirá o ponto de partida para a exploração e conhecimento desse património geológico, dotando a ilha do Pico de um centro de interpretação que lhe dê o devido destaque, em complemento do apoio à visitação proporcionado pela Casa da Montanha”.
“Por outro lado, a intervenção promove a recuperação do património edificado do núcleo do Lajido de Santa Luzia, ao ser executada com base nas ruínas” de dois armazéns tradicionais, propriedade da região, referiu.
Quanto à exposição permanente da Casa dos Vulcões, “foi idealizada tendo por base um conjunto de módulos que contam a história dos vulcões dos Açores e do mundo”, adiantou o secretário regional da Agricultura e Ambiente.
Haverá uma “cápsula sensorial constituída por um domo geodésico representando um veículo destinado a realizar viagens imaginárias ao centro da Terra e onde serão efetuadas projeções audiovisuais sobre o poder dos vulcões”.
Neto Viveiros realçou ainda um “simulador de sismos que permite simular, com grande realismo, sismos já ocorridos”.
Cada “experiência sísmica dura 90 segundos e é acompanhada de imagens e sons”.
“O simulador sísmico pode também ser utilizado como dispositivo pedagógico, no sentido de familiarizar as pessoas, particularmente as mais novas, com os fenómenos sísmicos e com as medidas de precaução e respostas básicas perante a ocorrência deste tipo de eventos”, acrescentou o responsável.
O projeto contempla ainda uma área educativa, denominada “Cantinhos dos Vulcões”, o que vai tornar o espaço “não apenas um centro de interpretação orientado para os turistas e público em geral, mas também um espaço de conhecimento e aprendizagem dirigido aos mais novos, onde serão desenvolvidas práticas cognitivas específicas, incluindo uma oficina de desenho, modelação e impressão 3D”.
O concurso público para a construção da Casa dos Vulcões, que integrará a rede regional de centros ambientais, vai ser lançado nos próximos dias. Tem um prazo de execução de 450 dias.
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