A localização do Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota é em São Jorge (entre Porto de Mós e Leiria), no centro de Portugal. Aparentemente é apenas um pequeno e simples edifício, aberto desde 2008, mas na verdade comemora um grande marco da História de Portugal.
Muitos miúdos devem lembrar-se de aprender na escola que foi na Batalha de Aljubarrota que os portugueses travaram a invasão dos castelhanos ao nosso território depois da morte de D. Fernando. E, quase de certeza, que a grande maioria conhece a lenda da padeira de Aljubarrota. Porque este episódio da História de Portugal é tudo sobre soluções inteligentes.
Senão vejam: os castelhanos deviam ter entre 30.000 a 40.000 elementos no seu exército, enquanto os portugueses seriam entre 6.000 a 10.000 homens, ou seja, talvez uns quatro castelhanos para cada português. Nuno Álvares Pereira, responsável pela estratégia utilizada, sabia perfeitamente que pela força não os conseguiria vencer. Teria de saber utilizar a inteligência.
E assim fez, utilizando várias técnicas entre as quais: covas de lobos (buracos encobertos no chão), técnica do quadrado e besteiros dispersos num terreno cheio de vales e ribeiros, escolhido com o propósito de reduzir a visibilidade ao inimigo.
Por aqueles dias, os castelhanos dirigiam-se a Lisboa para conquistar a cidade, depois da confusão da sucessão ao trono de Portugal que se gerou com o casamento da Infanta D. Beatriz com o Rei João de Castela. Os portugueses conseguiram então travar o exército castelhano, com o desafio de lutarem ali mesmo, consagrando um vencedor e decidir finalmente o destino do reino de Portugal.
Considero que o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota divulga agora este pedaço da História de Portugal de uma forma bastante interessante e interactiva para as famílias.
Na nossa visita, refrescámos então algumas informações mais esquecidas e aprendemos outros tantos dados novos. Eu acho sempre super interessante mostrar aos miúdos, ao vivo e a cores, aquilo que já aprenderam na escola e viram nos livros, porque afinal torna tudo muito mais real e verdadeiro.
No Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, existem vários pontos principais:
Entrada
Pode ver-se um pedaço de uma das mais de 800 covas de lobos que foram encontradas neste campo de batalha (as outras estão tapadas para conservação). Além disso, existem várias televisões que, através da escolha dos temas feita por nós, nos mostram como terão sido as movimentações dos dois exércitos por aqueles lugares.
Campos
Há uma visita guiada que nos leva a conhecer os campos onde se travou a famosa Batalha de Aljubarrota. E ao longo deste passeio existem vários pontos com cronotelescópios onde se podem espreitar imagens, como se estivéssemos mesmo a ver através dos olhos de alguns daqueles homens lá presentes. Com um pormenor interessante: há sempre um mostrador mais alto e outro mais baixo, para os mais pequeninos também poderem ver tudo de uma forma autónoma. Ficamos a saber que na Capela de São Jorge ali edificada existe uma bilha de água à entrada para relembrar sempre as dificuldades que os portugueses terão passado no dia da batalha - 14 de Agosto de 1385 - que, se adivinha, terá sido bastante quente.
Sala multimédia
O filme apresentado tem uma produção fantástica. O cenário já está montado quando chegamos (representação de homens, campos, animais, covas de lobos), ouvem-se grilos e depois durante 30 minutos assistimos a um filme (com actores portugueses e muitos figurantes) que relata os principais detalhes históricos sobre os anos que antecederam o dia da Batalha de Aljubarrota. Até como tudo se passou estrategicamente. Não tenho fotos porque é o único espaço onde não é permitido fotografar nem filmar.
Sala museu
Há várias informações para conferir, mas o que mais gostámos de ver foram os pedaços de ossos humanos encontrados nos campos, lado a lado com uma explicação digital bastante simples mas interessante sobre o achado. Existem também, à disposição para experimentar, réplicas de armas e armaduras (na época, podiam pesar até 30kg por homem). Os miúdos, claro, gostaram bastante desta parte da visita e sentiram-se poderosos (e muito mais pesados) por uns minutos.
Existe ainda uma loja com muitas peças, desde canecas, azeite, vinho, sabonetes, jogos com desenho original realizado especialmente para o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota. E um restaurante bem giro e recheado de iguarias regionais, com prato do dia.
Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota
Av. D. Nuno Álvares Pereira, nº 120, São Jorge
Junto ao IC2/EN1, entre Porto de Mós e Batalha
www.fundacao-aljubarrota.pt
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