No historial do Cine-Teatro fica o registo de ter sido “uma das principais salas do país.”
Acrescenta Mário Rosado, técnico de comunicação do Cine-Teatro, que “foi grande a afluência entre o final dos anos 20 e a década de 50. Em 1923 tinha 900 lugares e era comum a lotação ficar lotada”.
O apogeu foi até ao “aparecimento da televisão. Depois continuou a servir o público como cinema. Encerrou na década de 90.”
Hoje a lotação é de pouco mais de 400 lugares sentados, com plateia e dois camarotes de cada lado do balcão.
A requalificação no final da década de 90 foi profunda e hoje são poucos os elementos do projeto inicial. “Mantém-se a fachada e os frisos nas colunas.”
A fachada é o mais interessante. Pintada de vermelho, alterna com o branco do mármore ou do gesso que dá forma à máscara que encima o edifício.
O interior é sóbrio, funcional e os frisos em gesso, no topo das colunas, imitam capitéis.
Em termos de programação o Teatro-Cine procura um envolvimento com a comunidade.
Segundo Mário Rosado, “o cinema deixou de ser muito usual.
Temos um ciclo de cinema, o Café com Filmes, dedicado a cinema independente. Cinema comercial não passamos. É uma programação de serviço público, dirigida essencialmente para artes performativas, com predominância da música, dança e multidisciplinar.”
Quando da minha visita, dezenas de crianças estavam num ensaio. Um dos objetivos dos serviços educativos do Teatro-Cine é alcançar novos públicos. “Neste momento estão dezenas de crianças em palco.
Algumas fazem-no pela primeira vez e isso fica na memória. Há esse jogo de memória que depois se plasma no trabalho das associações e em todo o processo que estamos a desenvolver desde 2001. Que tem a ver com um diálogo permanente, um palco acessível à comunidade.”
Para assinalar o centenário está a ser planeada uma programação especial do Teatro-Cine de Torres Vedras.
Teatro-Cine de Torres Vedras faz um século no próximo ano faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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