Os participantes na iniciativa de observação de aves vão fazer o Percurso de Vilarinho dos Galegos – Trilho do Castro e do Contrabando (PR6 MGD).
“Percorremos a aldeia de Vilarinho de Galegos, visitamos diversos habitats, (agrícolas, florestais e de mato) e também pelo castro de Vilarinho dos Galegos, um lugar emblemático com paisagens fenomenais sobre o rio Douro”. A descrição é de Américo Guedes, biólogo e dirigente da Palombar. A associação decidiu repetir a iniciativa no domingo, porque rapidamente esgotaram as inscrições para sábado.
O objetivo principal da iniciativa, inserida no evento europeu, Eurobirdwatch, organizado pela BirdLife International e coordenado, em Portugal, pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), é dar a conhecer a avifauna e também introduzir os iniciantes na observação de aves e no interesse pelo universo da avifauna.
As arribas do Douro, nesta região do Nordeste transmontano, são ponto de abrigo e nidificação de várias aves de rapina. Voam num território inóspito para a intervenção humana e, por isso, livre para algumas das espécies mais importantes na Europa e outras em risco de extinção como o britango e a águia de Bonelli. Partilham o território com grifos, abutres pretos e a águia real.
Mas a observação e interpretação das aves não se esgota nas de rapina. Diz Américo Guedes que “a atenção será dividida com outras espécies que seja possível observar. Passarinhos, passeriformes, pintassilgo, chaço, os caça-moscas que agora estão a migrar para África, andorinhas...”
O percurso de Vilarinho dos Galegos está inserido no Parque Natural do Douro Internacional. Onde se combinam espaços com intervenção humana com outros onde a natureza parece crua, selvagem, em particular junto às profundas arribas dos Douro.
“É uma paisagem espetacular. Temos o rio Douro em cenário de fundo e depois as manchas de zimbro, azinheira ou carrascos. A parte espanhola do outro lado do rio também é interessante. Há ainda as aves necrófagas que podem aparecer, como o britango, ou o abutre do Egito. Junta-se a envolvente histórica do castro de Vilarinho dos Galegos, um assentamento com valor histórico na região”
Quem não tiver oportunidade de fazer agora visita agora tem alternativas de descobrir o nordeste transmontano. No caso da Palombar, organiza vários percursos pedestres em diferentes áreas protegidas. No Douro Internacional, Parque de Montesinho na área protegida dos rios Sabor e Maçãs.
A Palombar resulta de uma expressão em Mirandês que significa pombal e tem desenvolvido um projeto muito interessante de conservação da natureza e recuperação de património rural. É o caso de pombais tradicionais em Trás-os-Montes que marcam a paisagem com pequenas construções redondas pintadas de branco e situam-se em lugares isolados.
Observação de aves nas fantásticas arribas do Douro faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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