É uma aldeia toda ela em barro. Nela habitam pequenas figuras também elas em barro. Algumas ganham vida, através de mecanismos artesanais. No seu dia-a-dia, na Aldeia Típica José Franco, recriam a vida do campo, ofícios antigos como ferreiro, taberneiro, mercearia. Concretizam o sonho que o oleiro José Franco idealizou para a sua aldeia, no Sobreiro, Mafra, a pouco mais que 40 quilómetros de Lisboa. Uma obra que iniciou em 1964 para ocupar um terreno de 2500 metros quadrados.

Mafra - Um microcosmos na Aldeia Típica José Franco
créditos: DR

A entrada, embora seja gratuita, convida a uma “simpatia”, numa caixinha para gratificações. São elas que contribuem para a manutenção do espaço. Crianças correm e brincam no parque infantil localizado dentro da aldeia, outras de olhares curiosos espreitam cada secção deste mundo em ponto pequeno. Não há um roteiro a seguir, deambula-se pelos corredores estreitos entre as casas para descobrir a mercearia da Ti Lena, com móveis de madeira onde se expõe produtos, como embalagens de farinha 33, garrafas de leite ou azeite a granel, conservas. O ar impregna-se com o odor a pão com chouriço (de proporções generosas, aconselha-se para estômagos pequenos que seja partilhado), confecionado na padaria da aldeia.

Mafra - Um microcosmos na Aldeia Típica José Franco
créditos: DR

Depois do petisco espreita-se a recriação de uma terra em dia de casamento. No adro da Igreja estão os recém-casados e os seus convidados. Ao fundo, trabalhadores rurais cortam lenha, amanham a terra, recolhem água do poço. As pequenas figuras de barro, criadas por José Franco, ganham vida quando respondemos ao apelo de um botão que tem escrito: carregue aqui. Ao carregar, o comboio inicia andamento, as figuras mexem, ganhando uma estranha vida.

A brincadeira do botão atrai miúdos e graúdos e repete-se, quase como um ritual, um pouco por toda a aldeia. Entra-se no interior de uma casa, onde se recria o quotidiano de uma família, no quarto, na sala. Por aqui há acesso a uma das zonas mais recentes desta iniciativa: o museu com peças de José Franco e fotografias do oleiro a trabalhar.

Passamos pela porta da cozinha rural. É tempo de fazer uma pausa para saborear o vinho moscatel servido em canequinhas de barro. Também aqui se podem degustar pratos regionais. Voltamos a explorar a aldeia, há uma capelinha dedicada a Santo António, junto ao moinho de vento de tamanho real. Espreita-se a carpintaria, o ferrador, o sapateiro. Ofícios antigos recriados com a presença de bonecos de tamanho real que simulam atividades de cada uma das profissões em espaços decorados com utensílios antigos.

Mafra - Um microcosmos na Aldeia Típica José Franco
créditos: DR

Com o mar muito perto, José Franco não esqueceu os costumes piscatórios, reservando um espaço à realidade marítima de pescadores e armadores. Há pequenas embarcações de madeira, redes de pesca, peixes. Entre corredores estreitos e escadas de pedra dá-se a volta à Aldeia Típica José Franco. Na saída é sempre possível levar uma lembrança comprada na loja da aldeia, que é também uma fonte de receita para manter este projeto de décadas.

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