O freixo do rei Vamba fica próximo do rio Pônsul, junto de outras árvores da mesma espécie que acompanham o leito do rio.
É fora da área urbana, no Chão do Freixo. Segui as indicações da senhora Albertina Mendes, mas naquele dia tinham fechado o acesso, após a passagem do ribeiro. Tive de ver o freixo de longe.
Melhor sorte tiveram outros visitantes que já estiveram próximo do freixo do rei Vamba. “Muita gente. Toda a gente pergunta pelo freixo do rei Vamba.
Perguntam qual é a lenda e a gente conta: um lavrador andava lá a lavrar e encontrou uma vara de um freixo. A mulher foi-lhe levar o almoço. Ele perguntou o que era a comida e ela respondeu que era frango. Então ele disse que ainda bem, quando esse frango cantar, eu serei rei de Portugal. Vou ali plantar esta vara que ainda agora achei. Plantou e ficou. E agora é o rei Vamba”.
Esta é uma versão muito particular. A lenda é contada em vários locais e tem muitas versões.
O registo mais consensual em Idanha-a-Velha é que o lavrador foi eleito rei pela “aula régia” após a morte do rei Revescinto.
Quando lhe foi comunicado ele não acreditou e disse que só aceitaria se a vara que levava na mão, plantada, voltasse a ter folhas e raízes. O que terá sucedido de imediato e Vamba foi rei visigodo por oito anos, entre 672 e 680 (referências de Alexandre Parafita em Lendas e Mitos dos Castelos de Portugal).
Se o freixo do rei Vamba é muito procurado, duas outras árvores em Idanha-a-Velha surpreendem também os visitantes.
Uma é a amoreira, logo na entrada da aldeia. A árvore centenária deu o nome ao largo e quando está a florir cria um ambiente alegre no meio do casario frio de pedra.
A outra árvore é a Azinheira Grande. Deram-lhe este nome, está sinalizada, e o tamanho revela o porquê da designação.
As pedras da muralha servem de base às raízes. A árvore é enorme, terá mais de 20 metros de altura e está ligeiramente inclinada. “Só está assente nas pedras da muralha. Desde sempre que me lembro de a ver lá. As pessoas passam por ali e tiram retratos porque ela é enorme.”
Algumas pedras da muralha já caíram e vê-se em pormenor como as raízes se agarram para manter de pé a árvore que tem uma dimensão monumental.
Em redor da aldeia predomina o olival, mas também há várias azinheiras e a bolota era aproveitada. “Até as cabras comiam as bolotas. Havia muitas no campo. As pessoas de Idanha-a-Velha também aproveitavam para fazer café.
A bolota era torrada no forno, depois moída e fazíamos café. Era saboroso. Também não havia dinheiro nem outro café à venda.”
Freixo do rei Vamba e café de bolota da Azinheira Grande em Idanha-a-Velha faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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