Fotografar profissões que são cada vez menos habituais utilizando apenas um objeto que faz parte do nosso dia a dia, o telemóvel. O fotógrafo Rui Caria partiu nesta “missão” apenas com um smartphone, em resposta a um desafio lançado pela Xiaomi que, em parceria com a Leica, pretende redescobrir e homenagear os guardadores de rebanhos e chocalheiros dos Açores.

O SAPO Viagens colocou algumas questões a Rui Caria para perceber melhor o projeto e apresenta, a seguir, a galeria de imagens que retrata os dois ofícios.

Como foi o processo de produzir as imagens para este projeto?

O telefone toca de vez em quando na minha vida e tocou também agora com este desafio da Xiaomi, em que a única condição era apenas usar um telemóvel, neste caso o Xiaomi 13T Pro. As histórias escolhidas acabam também por responder ao tema que a Xiaomi propôs a nível mundial que é a "Redescoberta".

Isto foi um bocado a redescoberta destas profissões mais antigas, que vão naturalmente desaparecer e que em termos de imagem oferecem uma grande riqueza visual. Para já, porque mexem com o imaginário das pessoas, porque não é todos os dias que se vê, sobretudo nas cidades, alguém a fazer chocalhos ou alguém a guardar cabras. E isso mexe um pouco também com a imaginação, com a memória das pessoas, e eu acho que isso é sempre interessante e é o princípio do storytelling.

Quanto à escolha das imagens finais, levei para casa entre 100 a 150 fotografias e tive de escolher um total de 18. Com essas 18 fotografias, 9 para cada história, tentei desenvolver uma espécie de narrativa visual, uma história através de imagens, porque também não há muitos textos, a explicação teria de ser feita através da imagética.

Porque é que escolheu retratar estes dois ofícios?

A ideia criativa para esta campanha surgiu pela observação da cultura que me rodeia, tendo em conta que vivo nos Açores, na ilha Terceira, e vem aprofundar a questão do ofício dos guardadores de rebanhos e dos chocalheiros, sendo uma forma de homenagem, mas também deixar registado para a posteridade estas histórias.

Todos sabemos que há várias artes e ofícios a cair em desuso, há cada vez menos sapateiros, menos estofadores, menos carpinteiros e podíamos continuar, contudo, este trabalho visa homenagear ofícios ainda mais antigos, ofícios ancestrais até. Este tipo de documentários e de galerias de imagens são essenciais para preservar parte da nossa história, da nossa cultura e até mesmo do nosso património.

O chocalho é um instrumento com milhares de anos, considerado já Património Cultural e Imaterial pela UNESCO e não deve ser apenas valorizado pelos que estão lá fora, as tradições portuguesas devem ser honradas e as histórias dos chocalheiros devem ser documentadas e comunicadas às novas gerações.

Como foi fotografar apenas com o telemóvel?

Enquanto fotógrafo profissional, posso adiantar que foi uma experiência muito interessante poder testar as funcionalidades do Xiaomi 13T Pro. Enquanto entusiasta da imagem, posso afirmar que as funcionalidades destes equipamentos possibilitam o desenvolvimento da criatividade dos amantes da fotografia. E depois o trabalho desenvolvido em conjunto pela Xiaomi e pela Leica, sendo eu um conhecedor profundo desta última, permitiu-me explorar ainda mais toda a minha criatividade na hora de captar as melhores imagens, quaisquer que fossem as condições.

Para mim, ter a oportunidade de filmar e fotografar com qualidade profissional utilizando apenas um equipamento, que, por sinal, é o equipamento que nos acompanha no dia a dia e anda connosco para todo o lado, é uma das grandes maravilhas da atualidade e uma garantia da evolução tecnológica.

O que podemos esperar dos próximos desenvolvimentos deste projeto?

Podemos dizer que o projeto está a ganhar asas e a voar do smartphone para o mundo. Para além das fotografias, vamos também dar a conhecer três mini documentários que constituem esta campanha. Já fora dos ecrãs, a Xiaomi Portugal está a organizar uma Master Class, pela primeira vez em território nacional, que vai acontecer no dia 21 de novembro na loja do Colombo (Lisboa), onde eu irei falar sobre a minha experiência como fotógrafo, a minha visão para a fotografia e explicar como funciona na prática a abordagem aos temas, preparação e relação com as pessoas. A ideia é inspirar as pessoas a explorar as infinitas possibilidades do uso da fotografia móvel como sistema de escrita não alfabético para contar uma história.