1. Partilhar com outros o fascínio da observação da Natureza
O Festival é uma oportunidade para tirar os binóculos do estojo e passear a nossa curiosidade pela Natureza até uma paisagem diferente na companhia de especialistas e profissionais da área.
A realização do festival no extremo sudoeste do país tira partido da ocorrência de um dos maiores fenómenos da natureza nesta altura do ano: a habitual migração invernal para África dos milhões de aves que passaram o verão no Norte e Centro da Europa. Ainda que Sagres não esteja na rota mais direta da maioria destes animais (que atravessam o Mediterrâneo pelo sul de Espanha), a zona do barlavento algarvio acaba por ser ponto de passagem para algumas aves migradoras.
Sou apenas um iniciante no que diz respeito à observação de aves, mas na edição de 2021 do Festival, observei pelo menos 15 espécies diferentes nos céus de Sagres, com destaque para um exemplar juvenil do ameaçado abutre-do-egito e outras espécies de rapina, como o milhafre-preto, o gavião-da-europa e o peneireiro.
O reconhecimento da geografia local, e da sua fauna e flora, assim como um programa paralelo de workshops e palestras, complementam o apelo do evento, organizado pela SPEA.
Uma nota sobre os binóculos: se ainda não os tiverem, não se preocupem, visto que não é essencial para a maioria das atividades propostas. Há sempre alguém suficientemente simpático para vos deixar espreitar pelo seu e, se a experiência inicial vos cativar, também podem adquirir o vosso par no decorrer do festival.
2. As oportunidades para aprender, praticar e fazer
Quando foi a última vez que foram desafiados a sair da cama às 6h da manhã para fotografar o nascer do sol numa praia? Exatamente. Este festival é o pretexto para atividades deste género, com a segurança e a motivação extra de que alguns de nós precisamos por vezes. O programa do Festival promove um número incontável de saídas de campo, caminhadas temáticas, minicursos temáticos, palestras, ateliers de educação ambiental, quase todas gratuitas, com as quais podem experimentar e aprender coisas novas.
3. Por Sagres
A dimensão da vila de Sagres parece corresponder ao tamanho do próprio festival, nem demasiado pequeno para passar despercebido nem demasiado grande para se falar em multidões ou engarrafamentos. O caráter discreto do principal propósito do evento (a observação da Natureza) confere uma atmosfera muito tranquila à logística e realização das atividades, que por sua vez estão limitadas a grupos pequenos de participantes.
Sagres fica a 15 minutos de Vila do Bispo e a 50 minutos de Lagos para quem optar pelo autocarro. Quem aqui ficar alojado encontra pelo menos três praias a uma curta distância a pé do centro da vila e uma interessante variedade de esplanadas e restaurantes para aproveitar uns dias de descanso. Em outubro, a zona ainda é muito convidativa a banhos de sol, embora seja recomendável trazer casaco para as atividades ao ar livre do festival, mais sujeitas aos famosos ventos de Sagres.
4. Pelos pores-do-sol (no plural, porque voltamos sempre para mais)
Se forem como eu, a maioria dos participantes do festival deverá participar em entre duas a três atividades por dia. Ainda sobra muito tempo para passearem à vontade e se preparem para o maior espetáculo de Sagres, com uma sessão nova todos os dias: o pôr-do-sol. Se apenas quiserem contemplar, podem escolher qualquer um dos vários promontórios que Sagres tem para oferecer — o favorito da multidão, claro, é a Fortaleza de Sagres.
Se estiverem à procura de uma fotografia mais dramática, não precisam de ir longe, e tentar a área que circunda a Praia do Tonel. Quão espetacular fica? Com o mar mais agitado, a rebentação das ondas pode exceder a altura das enormes falésias!
5. Só precisam de usar carro se quiserem muito
O secretariado do Festival (que serve de base para o festival, onde podem fazer check-in e participar em algumas das palestras e workshops) fica no Forte do Beliche, a 5 quilómetros do centro da vila. Embora o horário e a localização de algumas atividades não sejam compatíveis com a sua utilização (como as saídas de campo que envolvem deslocações de automóvel até locais de observação na zona), podem tomar o comboio turístico que liga a vila ao Forte algumas vezes por dia (faz várias paragens na rua Comandante Manhoso, onde encontram o seu horário de funcionamento). A viagem leva 15 minutos e é gratuita, embora a lotação possa esgotar devido à popularidade entre os mais pequenos.
Sugestões de atividades
A oferta de atividades é muito grande, mas estão limitadas a um certo número de participantes. Isso significa que é recomendável inscreverem-se antecipadamente, sendo que as inscrições abrem já amanhã, dia 1 de setembro.
Deixamos duas sugestões gratuitas para cada dia do evento, uma mais leve e outra mais intensa, para equilibrarem a família ou o vosso esforço... Se forem a Sagres, não deixem de nos mostrar o que virem, com a hashtag #sapoviagens.
Bom festival!
Dia 1
- Atividade: Circuito de observação de aves, no Cabo de São Vicente
- Workshop: Como fazer um Champô Sólido e Amaciador
Dia 2
- Atividade: Pedalar na Rota Vicentina
- Workshop: Workshop Censos de borboletas de Portugal
Dia 3
- Atividade: Anilhagem de aves
- Workshop: Ilustração com lápis de cor
Dia 4
- Atividade: As aves de Sagres na ponta da Atalaia
- Tertúlia: Tertúlia Aves e Vinhos
Dia 5
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