Comecei pela Praça Ban Jelačić — a praça central da Cidade Baixa. É uma área muito animada e tem próximo um mercado onde podemos comprar doces, mel, enchidos e todo o tipo de produtos artesanais. O colorido Mercado das Flores também não é longe daqui, assim como o Mercado Central que vende frutas e legumes frescos.

Uma das curiosidades de Zagreb é a maneira como a cidade velha se desenvolveu em duas zonas distintas designadas por Kaptol (na parte baixa da cidade) e Gradec (na parte alta). O relacionamento entre estes dois lados nem sempre foi amigável e foram necessários muitos séculos até que a integração completa acontecesse.

Kaptol foi o local onde, em 1094, o clero e a diocese de Zagreb se estabeleceram. Hoje a sua principal atração é a Catedral. As suas torres, visíveis de vários pontos da capital croata, transformaram-se num verdadeiro marco da cidade.

Zagreb: uma cidade
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É um edifício de estilo gótico, o maior a sudeste dos Alpes segundo me disseram, e abriga o túmulo do cardeal Alojzije Stepinac, que atrai muitos peregrinos. A catedral data do primeiro ano da cidade e já passou por muitas provações: foi arrasada pelos mongóis no século XIII, reconstruída e depois novamente danificada no século XIX, por um terramoto.

À sua direita, existe uma torre medieval redonda, usada como torre de observação durante as guerras otomanas, que tem entrada gratuita e apresenta uma pequena, mas interessante exposição de tapeçarias e artigos religiosos.

Na Cidade Baixa, fora do núcleo medieval, encontramos avenidas largas, grandes edifícios neoclássicos do século XIX e jardins bem cuidados. Alguns dos melhores museus, cafés, hotéis e lojas da cidade ficam aqui. Lembra muito Viena, Praga ou Budapeste.

A subida da Cidade Baixa para a Alta (Gradec) pode ser feita num funicular que conecta os dois pontos, mas ir a pé é bastante fácil e no caminho encontramos pequenas praças e bonitas ruas laterais que tornam a caminhada mais agradável.

Zagreb: uma cidade
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Alcançando a Cidade Alta, a primeira coisa que chama a atenção é o Portão de Pedra, que no passado foi a porta de entrada oriental do povoado medieval que abrigava artesãos e comerciantes. O portão pode não parecer grande coisa do lado de fora, mas, quando entramos, descobrimos que abriga uma pequena capela com uma história encantadora.

Segundo essa história, em 1731, um incêndio destruiu completamente o portão e quando o fogo foi apagado e o fumo desapareceu, uma única coisa tinha sobrevivido: uma pintura da Virgem Maria com Jesus nos braços. Isto foi visto como um milagre e uma capela foi construída dentro do portão para recordar este evento.

Ainda hoje, quando entramos na Cidade Alta, encontramos pessoas aqui a orar, a acender velas e a agradecer pelas orações atendidas — as paredes da capela estão cobertas de mensagens de gratidão.

Atravessando o portão damos com um passeio arborizado e belas vistas da Cidade Baixa. Num dia de sol é muito agradável passear por aqui.

Em pouco tempo, estamos no coração cultural e político de Zagreb — a Praça São Marcos, onde se encontra o Parlamento croata, o Tribunal Constitucional e a Igreja de São Marcos.

A Igreja de São Marcos é um dos símbolos da cidade e é super fácil de identificar porque possui um telhado lindo e muito colorido. Fiquei a saber, com alguma surpresa, que embora a igreja seja do século XIII, o seu telhado de azulejos foi construído apenas em 1880.

Zagreb: uma cidade
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Ostenta dois brasões: no lado esquerdo, tem o brasão medieval da Croácia, Dalmácia e Eslovénia, e, no lado direito, o de Zagreb.

Entre abril e outubro, a cerimónia de troca da guarda é feita, todos os sábados e domingos ao meio-dia, à porta desta igreja. É uma cerimónia bonita que vale a pena assistir.

Zagreb tem uma série de museus interessantes para visitar. Destaco o Museu Nikola Tesla, o Museu Arqueológico, o Museu de Arte Contemporânea e o Museu Mimara.

Quem procura algo completamente diferente pode também achar piada ao original Museu das Relações Falhadas que apresenta uma coleção de lembranças, cartas pessoais e artefactos estranhos de casais que terminaram uma relação.

Zagreb também não desaponta no departamento “comida”. Restaurantes como o Bistro Fotić, localizado na Rua Gajeva ( Gajeva Ulica) tem tudo para nos deixar com um sorriso nos lábios e um sabor bom na boca. Se por acaso lá forem, experimentem a polenta com trufas negras. É uma verdadeira delícia.

Restaurantes tradicionais servem outras maravilhas como Cuspajz (ensopado de carne), Štrukli e Knedli (sobremesa preparada com batata doce).

A Rua Tkalčićeva tem imensos cafés e restaurantes e é um dos melhores lugares da cidade para beber um copo e ouvir música ao vivo.

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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World