No ano de 2018, escolhemos fazer um tipo de viagem que nunca tínhamos experimentado. Estamos habituados a viajar sempre por terra e água, usando os transportes colectivos dos países que visitamos, nomeadamente o autocarro, o comboio ou o barco. Desta vez, juntámos esforços com um grupo de amigos e resolvemos embarcar na aventura do Rally Mongol. Esta iniciativa é dinamizada por uma empresa sediada no Reino Unido e o objectivo é percorrer, de carro, desde a Europa até à Mongólia, ao mesmo tempo que se apoia monetariamente a Cool Earth, uma organização ambientalista, e outra organização à nossa escolha.

Pode ver algumas fotografias dessa aventura nesta galeria de imagens

As regras são poucas e simples. A organização não dá qualquer tipo de suporte no terreno, mas ajuda (num serviço pago) na obtenção de vistos necessários. O carro tem de ter um motor de cilindragem máxima 1000 cm3 (no nosso ano era 1200), e quanto mais velho, melhor. O itinerário não é fixo, sendo determinado por cada equipa, estando definidos apenas os pontos de partida (no nosso ano, a partida oficial foi em Praga, mas saímos de Portugal em direcção a Istambul) e de chegada, na cidade de Ulan-Ude, perto da fronteira russa com a Mongólia. Não é uma corrida (embora haja um prazo alargado em que a chegada oficial está aberta), sendo que o objectivo é a aventura durante o caminho, o ultrapassar das dificuldades, e chegar ao fim. Tudo isto se conjuga para que as peripécias e interacções com as populações locais estejam garantidas.

E que aventura foi! 50 dias e mais de 20.000 km num percurso que atravessou a Espanha, França, Itália, Eslovénia, Croácia, Sérvia, Bulgária, Turquia, Geórgia, Arménia, Nagorno-Karabakh, Irão, Turquemenistão, Uzbequistão, Tajiquistão, Quirguistão, Cazaquistão, Rússia, e Mongólia. A nossa Renault Kangoo (carinhosamente baptizada como “Burrinha”) portou-se acima de todas as expectativas e nunca nos deixou mal. Não que não houvesse percalços, como seria de esperar numa viagem tão difícil e longa, mas todas as dificuldades foram ultrapassadas, graças a uma união do grupo em torno de um objectivo comum e à generosidade das pessoas que fomos encontrando ao longo do caminho.

Os nossos artigos feitos sobre o Rally Mongol podem ser consultados aqui.

No final, o mais importante foram mesmo as pessoas. As pessoas que iam dentro da “Burrinha”, que já eram amigos, mas que se conheceram melhor, souberam viver em conjunto os bons e os maus momentos, e criaram laços para a vida. As pessoas que fomos conhecendo, que nos recebiam sempre com um sorriso e nos ajudavam em tudo o que precisávamos, e que nos confirmaram que a bondade e generosidade não têm fronteiras. E por fim, mas não últimos nas nossas memórias, os rasgados sorrisos e olhares curiosos das crianças que tivemos o prazer de conhecer em Samarcanda, Bishkek, Almaty e Ulan Bator, na ronda de entrega de material escolar que fizemos pelas SOS Children’s Villages dessas cidades. Que o futuro lhes sorria da mesma forma.

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