"As ruas de Viena são pavimentadas com a cultura, as de outras cidades com asfalto". Foi Karl Krauss quem o disse. Este dramaturgo e poeta austríaco era um apaixonado pela cidade, tal como nós também ficamos.

1. A Ópera

A Ópera serve aqui para dois momentos, a belíssima Ópera Estatal e o estilo musical. Ir a Viena e não assistir a uma ópera é um crime, sendo que a sala de espetáculos é a mais bonita da Europa e todo o ambiente envolvente remete-nos para um classicismo que se perdeu na velocidade da modernidade. Faz-nos sentir bem e muda-nos. A mim mudou. Não era um grande apreciador de Ópera, mas assistir a Tosca de Puccini mudou o meu gosto pela música e pela teatralidade.

2. A arquitetura

Quantos vezes já ouviram a expressão "esta cidade é um museu ao ar livre". Eu próprio já a utilizei muitas vezes nos meus artigos, mas desde que cheguei de Viena comecei a olhar para essa expressão de forma diferente. Viena conta com o 'Museumsquartier', a oitava maior área cultural existente no mundo, com os seus edifícios de arquiterura barroca. Eu prefiro ver uma cidade com luz artificial, mas em Viena fiquei dividido, porque tanto de dia como de noite a cidade é linda.

3. Segurança e limpeza

À medida que vou envelhecendo vou dando mais valor à segurança e à limpeza de uma cidade e aqui Viena ganha, com enorme distinção, às outras grandes cidades europeias. A capital austríaca é uma cidade muito branca, contrastada com o cobre gasto das estátuas e, se não estivesse tudo impecavelmente limpo, a cidade perderia parte do seu brilho. É fascinante ver que todos os edifícios do centro da cidade estão preservados, assim como o asfalto.

Viena
Segurança e limpeza nas ruas de Viena créditos: Pixabay

4. Os cafés

Os vienenses têm uma grande tradição de cafés, gostam de passar o tempo a beber um café enquanto lêem o jornal. Por esse motivo, a maior parte destes estabelecimentos estão preparados para um pequeno-almoço ou lanche com salas acolhedoras onde apetece sentar e desfrutar de um reconfortante café vienense. Se querem sentir a verdadeira classe imperial da cidade, visitem o Café Central e provem o doce de rum e violeta, o preferido da Princesa Sissi.

5. A pastelaria

A pâtisserie mais famosa do mundo é a francesa, mas sabiam que a corte gaulesa aprendeu com os melhores pasteleiros de Viena nas suas visitas ao Império Austríaco? Daí a expressão viennoiserie, que já devem ter visto ou ouvido algures. Para o bem (sou guloso) dos meus pecados (há que manter a linha) esta cidade austríaca não perdeu o jeito e continua a fazer uma pastelaria deliciosa, muito requintada e orgulhosamente exposta nas vitrinas. Que se acuse aquele que não gosta de experimentar o doce típico da cidade nas suas viagens... Aqui irão perder-se, e muito.

Bolo de Viena
Uma cidade para quem gosta de bolos créditos: Pixabay

6. Os museus

Não sou um grande apreciador de museus e prefiro gastar o meu tempo numa cidade que desconheço a passear e a procurar coisas novas. Vou aos grandes museus porque não quero morrer ignorante e porque quero encontrar a razão de eles serem tão famosos. Entre um e outro consigo divertir-me. Em Viena, gostei de todos. Podem não gostar de reis e princesas, mas o Palácio de Schönbrunn e o Palácio Imperial de Hofburg são muito mais do que isso. Aqui não há espaço para desilusões, uma vez que conseguimos ter uma clara noção de como era a vida monárquica da altura e tudo muito bem explicado. Tenho de falar ainda no Palácio Belvedere, onde as obras expostas são interessantes, mas todos querem ficar à frente de “O Beijo” de Gustav Klimt. Ao vivo é ainda mais espetacular.

7. A música clássica

Se algo mudou na minha vida foi a forma como agora oiço a música clássica. Podemos não ouvir os sons de violinos e pianos pelas ruas, mas as paredes de Viena transpiram música clássica, sendo possível perceber a razão de muitos artistas se terem mudado para esta cidade. Sabe mesmo bem perceber que a cidade não perdeu a identidade e é isso que faz de Viena uma das cidades mas espetaculares do mundo - o tempo passa mas a essência fica.