Durante a II Guerra Mundial, aquando da invasão da Holanda pela Alemanha nazi, a força aérea alemã bombardeou todo o centro da cidade, como forma de conseguir a rendição holandesa. O resultado foi uma destruição quase total do centro medieval de Roterdão, mais de 800 mortos, milhares de desalojados e uma cidade por reconstruir.
Os bombardeamentos de 14 de maio de 1940 são lembrados nas ruas através de focos de luz colocados no chão (nos locais onde as bombas caíram) que se acendem à noite – algo a que provavelmente vai reparar quando andar pelas ruas do centro.
Os três edifícios que “sobreviveram” aos bombardeamentos são: a igreja protestante gótica Laurenskerk (Igreja de St. Lawrence), construída no século XV, o antigo edifício de escritórios Witte Huis (Casa Branca), o primeiro arranha-céus da Europa com 43 metros de altura, construído em 1898, e o Stadhuis, a câmara municipal da cidade, uma construção de 1920.
Hoje, Roterdão é uma referência no que toca à arquitetura moderna e contemporânea, com exemplos de edifícios desde a altura da reconstrução da cidade, durante as décadas de 60, 70 e 80 do século XX, até aos arranha-céus high-tech que se juntam à colcha de retalhos arquitectónica que é Roterdão.
Do período da reconstrução do pós-guerra, numa altura em que a cidade decidiu deixar a arquitetura do passado para trás e apostar em construções vanguardistas, as referências são: o Lijnbaan, um centro comercial, De Doelen, uma sala de concertos e convenções, o edifício comercial Groothandelsgebouw, a torre de observação Euromast e a loja de departamento Bijenkorf.
Nesta mesma altura, um movimento preocupou-se em devolver os habitantes ao centro da cidade, através da construção de edifícios numa escala mais humana. Vários edifícios do bairro central de Oude Haven são exemplo desta preocupação, entre eles, as famosas Kijk-Kubus (Cube Houses ou Casas Cubo), do arquiteto Piet Blom, que dão a impressão de uma vila modernista no centro da cidade. Das Cube Houses é possível avistar um dos ícones de Roterdão: a Ponte Erasmus (Erasmusbrug). A sua travessia é um dos passeios obrigatórios para quem visita a cidade.
Mais recentes, mas não menos importantes neste “roteiro” arquitetónico, são a Central Station, a estação de comboios, com as suas linhas diagonais, e o arrojado mercado, o Markthal, com o seu teto colorido, pautado pelas janelas dos apartamentos que estão integrados na construção, a relembrar o estilo de vida mais descontraído dos holandeses – muitos não têm cortinas nas janelas de casa.
Se é um apaixonado pela arquitetura, esta é, sem dúvidas, uma cidade que deve pôr na sua lista de próximas viagens.
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