O pôr do sol é particularmente maravilhoso, assim como os milhões de estrelas que brilham sem interferência num céu noturno livre da poluição criada pela iluminação artificial das cidades.
Nenhuma visita ao Dubai fica completa sem se fazer um safari no deserto. Esta é aliás, quanto a mim, a atividade mais interessante que se pode levar a cabo neste país e a única que nos pode dar um vislumbre, ainda que ao de leve, do que eram os Emiratos e a vida das suas gentes antes do petróleo e de toda a riqueza que veio com ele.
Num país onde tudo parece ser artificial, onde proliferam torres de vidro e centros comerciais, este safari é das poucas experiência que ainda pode ter alguma autenticidade. Claro que é orientado para o turista, mas pelo menos permite descobrir um pouco da herança cultural e da tradição histórica local.
Existem muitas empresas de turismo que organizam viagens para o deserto com uma grande variedade de atividades. Podemos optar por fazer um safari de manhã à tarde ou à noite.
Para mim aquele que começa à tarde e se prolonga pela noite dentro é o ideal, porque nos permite escapar ao calor sufocante que nos tortura durante o dia e ainda vivenciar o deserto à noite.
O safari que escolhi começava na parte da tarde com um passeio emocionante pelas dunas num 4x4. O passeio é repleto de ação e é tudo menos calmo!
Os motoristas, que devem ter muita experiência, são fantásticos a navegar neste terreno. Antes de arrancarmos eles esvaziam um pouco os pneus. Aparentemente isto é necessário para se poder conduzir neste terreno arenoso e acidentado... Os veículos sobem e descem as dunas a toda a velocidade. Parece que estamos numa montanha russa, é super divertido!
Podemos dizer ao condutor para ir mais depressa ou mais devagar, mas a adrenalina está em ir bem depressa e deslizar por entre as dunas de areia, às vezes, num ângulo de 45 graus, é aí que está a diversão!
O passeio não é recomendado a quem tem problemas de costas e a grávidas.
Depois da aventura nas dunas seguimos para uma espécie de quinta de camelos, onde pudemos ver de perto estes animais, saber como são criados, montar um ou só fotografar.
De seguida fomos levados até uma tenda beduína para conhecermos uma tribo tradicional que se dedicava à falcoaria.
Uma demonstração desta antiga arte foi feita para podermos apreciar.
Os pássaros têm um capacete que cobre os seus olhos e as suas orelhas. Esta privação sensorial foi projetada para ajudar o pássaro a permanecer relaxado antes de um voo. Uma vez removido o capacete, o pássaro entra em modo de ataque.
Os falcões, treinados para a caça, são usados no Médio Oriente há mais de 18 séculos.
Antigas tribos beduínas treinavam estas aves de rapina para arranjar carne para as suas famílias durante os meses de inverno.
Foi-nos explicado que os beduínos treinavam um pássaro jovem no outono, caçavam com ele durante todo o inverno e depois libertavam-no na primavera, no final da temporada de caça, para que ele pudesse migrar para climas mais frios.
Hoje em dia, graças ao ar-condicionado, os falcões podem ser mantidos durante todo o ano.
A apresentação terminou bem a tempo de assistirmos ao maior espetáculo do deserto - o pôr do sol
É verdadeiramente memorável! Todos deviam ter oportunidade de ver esta beleza pelo menos uma vez na vida.
Assim que anoitece, todos os veículos seguem para um grande acampamento no meio do deserto. Há tendas, tapetes, mesas, almofadas e cadeiras no acampamento para as pessoas se sentarem e relaxarem.
No acampamento há também água mineral, refrigerantes e uma variedade de petiscos esperando por nós. Podemos provar café árabe e tâmaras.
As mulheres podem fazer tatuagens henna nas suas mãos ou pés. Pode-se andar de camelo, ou comprar uma lembrança. Também se pode experimentar o Shisha, que é o famoso cachimbo de agua tradicional árabe.
Enquanto nos divertimos com estas atividades, o jantar é preparado. Carnes grelhadas e uma variedade de pratos ocidentais e árabes incluindo pratos vegetarianos são servidos em buffet.
Durante o jantar é providenciado entretenimento na forma de um bailarina de dança do ventre tradicional. Depois de ela nos impressionar com os seus movimentos e de dançar até com uma espada, chama-nos ao palco para participarmos também.
Uma vez terminado o jantar e o espectáculo todos os veículos começam a voltar. Dependendo do safari escolhido temos a opção de passar a noite no deserto. Quem não fica parte por volta das 10 da noite.
No geral foi uma boa experiência que recomendo a todos!
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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World
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