Não fiquei na área de Halong city, mas isso não fez da experiência menos encantadora. Fiquei na ilha Cat Ba, que é menos turística e que muitos mochileiros optam como escolha para se alojar. Chegar à ilha a partir de Hanoi é fácil. Os bilhetes de autocarro e ferry são acessíveis, como de resto tudo no Vietname. O bilhete de ida para Cat Ba já inclui a viagem de barco para chegar à ilha e um outro autocarro que nos leva até ao hotel.
Já fico super entusiasmada de ver tanta montanha lá ao longe e o que vejo ainda não é nada comparado com o que verei nos próximos dias. A ilha é bem calma. Nota-se que esta área onde ficamos está preparada para os turistas, mas não se veem muitos. No entanto, não é um local onde se vá ter muita interação com os costumes vietnamitas. Isso só mesmo saindo desta zona e explorando a ilha, que é grande. Por aqui, ouve-se música Ocidental para os turistas (não percebo porquê, visto que quando estou a viajar quero conhecer os costumes deles e não ouvir o que ouço no meu país). Mas a realidade é que são esses os sítios que enchem de turistas. Será que é porque são turistas e não viajantes? Estranho…
Dinheiro no chão?
É de noite. Há uma fogueira na berma da estrada. Vamos espreitar o que se passa! Estão a queimar dinheiro falso para que os seus entes queridos que já partiram possam usar do outro lado da vida. Também é muito normal ver dinheiro falso no chão no Vietname. Está à venda em lojas, portanto não se deixem enganar se visitarem o país e virem notas de 100 dólares no chão. Para os estrangeiros é fácil serem enganados com esta tradição, mas duvidem sempre que virem notas no chão. Estas notas falsas que se encontram no chão aos monte são atiradas em cerimónias fúnebres. Penso que a ideia será a mesma. Dar dinheiro aos mortos.
A natureza deslumbrante de Halong Bay
No dia seguinte, partimos para o tour pelas famosas montanhas no meio do oceano que são dignas de sonhos encantados. É uma paisagem arrebatadora! Aprecio cada segundo, alguns de olhos fechados para tentar absorver ainda mais do que este sítio nos dá. É possível ter um pensamento abstrato e somente ficar grata por poder admirar esta beleza natural. Ouvem-se vários sons diferentes de pássaros. Veem-se muitas águias por aqui, coisa que não estava à espera. A primeira paragem é na “Ilha dos Macacos” e, adivinhem só, eles foram lá colocados de propósito para turista ver. Ridículo. Ainda por cima, são agressivos…
Aqui, subimos as montanhas duras e cruas como elas são, sem cordas ou apoios, nada. É a tua força, determinação e vontade e o chão lá em baixo, e o resto das pessoas que se aventuram da mesma forma. É dura a subida ao topo e saber onde colocar o pé demora alguns minutos. O melhor é ver o que a pessoa da frente faz e fazer igual. A nossa guia é uma voluntária, tal como eu já fui na Índia. Ela guia os turistas nesta tour em troca de alojamento e comida. Daí muitas vezes eu dizer que basta querer para viajar. É preciso algum dinheiro, mas não muito. Com o espírito certo, arranjam-se formas de viajar com um custo bem reduzido. Posso dar o exemplo de hitchhiking.
A escalada demorou bastante tempo pois temos um outro grupo à nossa frente. O caminho da subida é o mesmo da descida, e o topo da montanha com melhor vista não é assim tão grande. Então, a espera é de largos minutos para que possam um a um tirar a foto no melhor ponto com a melhor vista. Ainda assim, a vista compensa completamente a espera. É inspiradora. E aquele azul-esmeralda da água lá em baixo faz-me suspirar. Lindo!
Outro ponto de paragem foi para fazer kayaking livremente por entre os imponentes rochedos, lagoas e algumas cavernas que tornam o local mais místico. Remamos perto das margens na esperança de ver alguma pessoa, mas tudo o que vemos são pássaros. Pássaros lindos e com sons de contos de fadas. Tudo o resto é silencio, o que confere aos minutos uma sensação de paz e equilíbrio incríveis.
A próxima paragem é numa pequena praia plantada ao lado das montanhas. Encontram-se algumas no meio dos rochedos, mas nunca de grandes dimensões. Paramos para um mergulho. Todo o resto do dia é passear de barco no meio desta paisagem incrível. Acho que podia ficar naquele barco uns dias só a apreciar estas relíquias que só a natureza nos pode dar.
Infelizmente, o céu esteve sempre muito nublado. Imagino que a paisagem consiga ficar ainda melhor com bom tempo, no entanto, este local não deixa de ser deslumbrante.
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