Mais conhecidas em Portugal por auroras boreais, as Luzes do Norte podem ser vistas em todos os lugares acima (em latitude) dos círculos polares. Isto significa que há auroras boreais visíveis acima do Circulo Polar Árctico, e auroras austrais acima do Circulo Polar Antárctico.
No hemisfério norte é muito mais fácil vê-las porque existem países habitados, ao contrário do hemisfério sul, onde tal só é possível no continente antárctido - o que, no Inverno, é praticamente inexequível. No Árctico, as Luzes do Norte podem ser vistas na Lapónia (Noruega, Suécia e Finlândia), Islândia, Rússia, Canadá e Alasca. Para nós, a Noruega era a melhor opção, especialmente Tromso, a chamada capital das auroras boreais, já que é considerado por muitos cientistas o melhor lugar do mundo para as observar.
Ver auroras boreais depende essencialmente do factor natureza. As Luzes do Norte que se vêem no céu resultam da emissão de luz por parte de partículas na atmosfera terrestre, levadas a isso por choques com partículas que vêm do sol. A intensidade destas luzes depende essencialmente da actividade solar, que é medida pelo índice Kp, e das condições atmosféricas, que determinam a visibilidade. Se não podemos controlar a primeira, podemos pelo menos contornar a segunda e tentar aproveitar os dias mais limpos para a sua observação. Foi isso que fizemos.
Tromso é um dos melhores locais do mundo para observação das Luzes do Norte, pois mesmo com índices Kp baixos, há boas hipóteses de as ver. Para não correr riscos, juntamo-nos a Hans Petter Nielsen, um norueguês que gere uma empresa que “caça” todas as noites as Luzes do Norte. O tempo, nos dias em que estivemos em Tromso, estava nublado mas Hans nunca desistiu de nos mostrar aquilo que nos tinha levado ali. Na sua companhia percorremos centenas de quilómetros nas estradas escuras do norte da Noruega. Parámos numa pequena ilha e o céu limpou. As Auroras exibiram-se magistralmente. Nunca teríamos conseguido “caçá-las” e captá-las sem a ajuda do Hans.
Viajar para ver as auroras boreais é como viajar para ver vida selvagem. Pode correr bem ou não, depende sempre da natureza. No entanto, em Tromso não depende apenas disso. Depende também da perseverança e do conhecimento daqueles com que nos fazemos acompanhar. Nós fizemos a escolha certa. As fotografias não deixam margem para dúvida.
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