Há 500 anos, em 1519, Da Vinci morreu na cidade francesa de Amboise. O artista da Última Ceia viveu os últimos três anos da sua vida hospedado no Château du Clos Lucé a convite de Francisco I da França. Por esse motivo, e apesar de ter nascido em Vinci, Florença, o Museu do Louvre afirma ter muito do seu trabalho.
A 24 de outubro, por ocasião do 500º aniversário da sua morte, o museu organiza a maior retrospectiva realizada em Paris sobre o artista. A exposição tem como objetivo ilustrar como Da Vinci colocou a pintura ao mais alto nível. No entanto, a exposição não contará com todas as obras desejadas.
O Museu do Louvre fez um apelo ao proprietário - que permanece desconhecido - para que ceda o "Salvator Mundi" à exposição . Mas até agora não obteve qualquer resposta. "Salvator Mundi" foi a última obra atribuída a Leonardo da Vinci, 2011, e tem gerado grande contestação, uma vez que um grande número de especialistas, afirma que o quadro não pode ser atribuído a Da Vinci, devido a alguns “erros” que o perfeccionista artista não cometeria. No final de março, o New York Times noticiou que o Louvre Abu Dhabi, onde o quadro deveria ficar exposto, desconhecia o paradeiro da pintura.
Outra ausência que se fará sentir é a obra "Homem de Vitrúvio", que já tinha sido anunciada para a exposição do museu parisiense. Assim como outras obras de instituições públicas italianas, "Homem de Vitrúvio" seria emprestado, no âmbito de um acordo entre os dois países, que também previa o empréstimo a Itália de algumas pinturas de Rafael.
No entanto, o Tribunal Administrativo Regional de Veneza aceitou um recurso apresentado por uma associação italiana sem fins lucrativos - Italia Nostra - que se dedica à preservação do património histórico e artístico do país. A associação argumentou que a obra não podia sair de Itália, devido ao grau de degradação que poderia sofrer.
Na exposição do Louvre, estará presente o desenho de Leonardo Da Vinci "Rapariga lavando os pés a uma criança", da coleção da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP).
A diretora da FBAUP, Lúcia Almeida Matos, disse à Lusa, em janeiro, que o desenho de Leonardo Da Vinci vai ser exibido no Museu do Louvre, depois de ter estado na Holanda, na mostra do Museu Teyler, em Haarlem, dedicada aos principais desenhos sobreviventes do mestre da Renascença.
Juntamente com a sua própria coleção de cinco pinturas de Leonardo Da Vinci, a maior do mundo, e 22 dos seus desenhos, o Louvre exibirá quase 120 obras (pinturas, desenhos, manuscritos, esculturas e objetos de arte) de algumas instituições europeias e americanos. No entanto, a Mona Lisa, a sua obra mais enigmática, permanecerá na galeria de coleções permanentes.
Para acesso ao "Hall Napoléon" do Louvre, que irá acolher a "exposição excecional de Leonardo Da Vinci", como é definida, vai ser necessário reservar antecipadamente os bilhetes, uma medida destinada a controlar o número de visitantes. A exposição decorre até dia 24 de fevereiro e os interessados podem comprar os bilhetes no site do museu.
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