Localizado na Orinoquia colombiana, o projeto prevê capturar 11,3 milhões de toneladas de CO2 até 2030 numa área de 575 mil hectares, o equivalente a mais de três vezes o tamanho de cidades como Bogotá e São Paulo. Também beneficiará 700 famílias da região, além de contar com o apoio do Programa de Riquezas Naturais da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional - USAID, lê-se em comunicado.

De acordo com o comunicado, a aliança com o CO2Bio faz parte da estratégia de sustentabilidade da LATAM, que estabeleceu como metas o crescimento neutro em carbono com relação a 2019, reduzir/compensar o equivalente a 50% das emissões domésticas até 2030 e ser uma companhia neutra em carbono até 2050.

“Com esta nova aliança estratégica com a Cataruben, a LATAM reafirma o seu compromisso de promover um modelo de compensação colaborativa que não apenas impacte as mudanças climáticas por meio de uma maior captura de CO2, mas também contribua para melhorar a qualidade de vida das comunidades e a proteção da biodiversidade”, disse, em comunicado, Roberto Alvo, CEO do LATAM Airlines Group.

O projeto promove e implementa planos de conservação com base em critérios de sustentabilidade e uso histórico da terra, envolvendo a comunidade em ações de proteção, além de estabelecer boas práticas para que possam fazer uso sustentável dos recursos disponíveis neste importante ecossistema.

Além da proteção dos principais ecossistemas, como as zonas húmidas continentais, o projeto CO2Bio abriga mais de duas mil espécies, incluindo sete espécies de aves vulneráveis, cinco espécies de borboletas ameaçadas de extinção, além de outras espécies em estado de vulnerabilidade ou perigo crítico que tornam urgente este tipo de projeto focado na proteção de habitats.

“Na Orinoquia colombiana convergem três elementos fundamentais para o cumprimento dos objetivos que nos propusemos com a humanidade: conservar a biodiversidade, proteger os recursos hídricos e aumentar a captura de carbono, características que compartilhamos com diferentes áreas da América do Sul e que esperamos que possam servir de exemplo para implementar mecanismos semelhantes em outros países da região, onde as comunidades estão ativamente envolvidas na conservação de ecossistemas estratégicos para o mundo", comentou Eduwin Hincapié, gerente da Estratégia de Biodiversidade, Carbono e Água da Fundação Cataruben.

Programas de compensação

A LATAM promove programas de compensação com foco na conservação de ecossistemas estratégicos. Por esta razão, considera vários aspetos. Por um lado, os projetos devem ser colaborativos e incluir ecossistemas estratégicos capazes de absorver grandes quantidades de CO2, além de contar com comunidades capazes de protegê-los.

Em termos de critérios de elegibilidade, deve ser um projeto com foco em soluções baseadas na natureza, que tenham co-benefícios ambientais, sociais e económicos, e esteja vinculado à comunidade, que tenha aliados que potencializam as suas ações e que o projeto seja escalável - ou seja, que tenha potencial para gerar cada vez mais impacto positivo.

Projetos similares no Brasil

Em agosto deste ano, o Grupo LATAM Airlines anunciou a primeira aliança com um projeto para a conservação de um ecossistema icónico do Brasil: o Projeto REDD+ Jari-Amapá. A iniciativa da Biofílica Ambipar (empresa brasileira focada na conservação de florestas nativas por meio da comercialização de serviços ambientais) protege 65 mil hectares da floresta nos municípios amapaenses de Laranjal do Jari e Vitória do Jari, em plena Amazónia, ajudando a manter em pé cerca de 2,5 mil árvores no Amapá.

Segundo o comunicado, a LATAM continuará à procura de novas iniciativas de conservação de alto valor ambiental e social com o envolvimento das comunidades dos países onde atua como o projeto CO2Bio, priorizando esforços no Brasil, Chile, Peru e Equador.