“Vimos neste espaço a potencialidade de fazer um evento com a grandiosidade que o Douro merece e que juntasse a música, a gastronomia e os vinhos, com um cenário idílico”, disse hoje à agência Lusa Manuel Osório, um dos mentores do Wine & Music Valley, durante uma visita ao recinto do festival.
O Wine & Music Valley vai decorrer numa área de seis hectares e terá três palcos, dois deles dedicados à música (Douro Stage e Wine Stage) e um à gastronomia enquanto entretenimento (Chef’s Stage).
“Estes seis hectares só serviam para abastecimento dos barcos-hotéis. Nós vimos sempre neste espaço uma potencialidade enorme, com a Régua e o rio Douro como pano de fundo”, contou o empresário.
A ideia de criar o festival surgiu numa conversa com o seu sócio e, desde o início, houve uma certeza: “Não queríamos um festival nem melhor, nem pior, do que os outros, mas um festival diferente”.
O fator diferenciador foi ter apenas vinhos do Douro, com o envolvimento de 80 produtores, aliados à gastronomia, com a presença de chefes conceituados como Rui Paula, Miguel Castro e Silva e Vítor Matos, acrescentou.
“No que respeita à gastronomia, queremos promover aquilo que é nosso, dando um toque de modernidade”, referiu o empresário, dando o exemplo do arroz de pato gratinado com queijo mozzarella confecionado num recipiente de barro preto de Bisalhães (Vila Real), da autoria do chef Tiago Moutinho.
Os vinhos podem ser bebidos e os pratos saboreados ao som das músicas de Bryan Ferry, Seu Jorge, Mariza, António Zambujo, Xutos e Pontapés, Salvador Sobral, Wet Bed Gang, The Black Mamba, HMB e Fogo Fogo, entre outros.
“Conseguimos encontrar um parceiro, a Better World (responsável pelo Rock in Rio), que assimilou esta ideia e verificou que aqui teria de ser um cartaz muito ‘sui generis’. E foi isso que criaram, incluindo desde um ‘vintage’, o Bryan Ferry, a um Wet Bed Gang, para um público mais jovem”, afirmou Manuel Osório.
Na sua opinião, “estas três vertentes - música, gastronomia e vinhos - aliadas a esta paisagem, fazem do Wine & Music Valley um festival único no país”.
O festival tem um orçamento de dois milhões de euros, mas o objetivo da organização não é o retorno imediato.
“Sabemos que é um ano de implementação, mas foi nossa ideia não criar uma coisa pequena. Se fossemos criar uma coisa pequena nunca chegaríamos a ser grandes, nunca chegaríamos a ter um festival com a dimensão que o Douro merece”, considerou o empresário.
Manuel Osório disse à Lusa que este é “um projeto a cinco anos”, estando a organização preparada “para crescer duas ou três vezes”.
“O nosso objetivo é criar bases e fazer as coisas muito bem feitas”, realçou.
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