O que é que a Coca-Cola, a Colgate, a Nokia ou a Bic têm em comum? Produtos que foram fiascos. Ao longo das últimas décadas, o investigador e psicólogo Samuel West reuniu várias destas invenções que vão dar origem ao Museu do Falhanço a inaugurar em junho deste ano na Suécia.
Produtos como a lasanha Colgate, o perfume Harley Davidson ou uma caneta Bic só para mulheres são algumas das inovações menos conseguidas do espólio. Ou o telemóvel Nokia N-Gage, que, para além do design, oferecia pouco conforto na sua utilização. Mesmo quando utilizado com o propósito para que foi criado: jogar, refere o investigador ao Quartz.
O Museu destacará também invenções que não foram em si mesmo falhanços, mas antes parte de uma forma de pensar que prejudicou várias empresas. Veja-se a Blockbuster DVD, por exemplo. Divisões internas levaram ao afastamento de um CEO que defendia o uso do streaming ou um modelo de assinatura para aluguer de DVDs. Hoje, tais decisões serão provavelmente lamentadas à luz de 'sucessos' como o Netflix.
A Kodak foi outra das empresas que não conseguiu adaptar-se à evolução da tecnologia, levando mesmo a marca a anunciar em 2012 o fim da produção do seu ex-líbris, as máquinas fotográficas. A primeira máquina fotográfica digital será, pois, outro dos fiascos do museu.
Falhar deveria ser parte da cultura empresarial
Psicólogo organizacional, West espera que o seu projeto desencadeie uma mudança de atitude face ao fracasso ou insucesso. Segundo o investigador, esta cultura devia estar mais presente nas empresas, permitindo aos seus colaboradores partilharem abertamente aspetos mais negativos ou questionarem algo sem recearem ser criticados ou julgados.
"A aprendizagem é o único processo que transforma a falha em sucesso", afirma West. "Se não aprendes com os teus erros então estás lixado."
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