Bilhete-postal por Patrícia Cardoso

Hoje partilho com vocês algo que se passou connosco no meu 40º aniversário e cuja recordação ficará para sempre associada a esse dia. A minha entidade patronal deu-me folga nessa ocasião (como dá a todos os funcionários), por isso o meu marido decidiu tirar o dia para comemorarmos a data juntos.

Não havia nada especialmente programado, por isso levámos os miúdos à escola, e depois de um pequeno-almoço a dois, tive a ideia de irmos ao famoso Baloiço de Vila Nova de Cerveira, aquele que tem uma vista de cortar a respiração.

Chegámos lá acima e, para nossa desilusão, o baloiço tinha sido retirado (por questões de segurança). De qualquer forma, apesar do frio, ainda tínhamos aquela vista incrível e o Cervo bem ao lado. Estava tanto frio que às tantas o meu marido já tinha as mãos congeladas, ao ponto da aliança ficar com folga. Quando tira as mãos dos bolsos e as sacode para aquecer, a aliança salta do dedo. Ouvimos um único "plim" e nada mais. Eu estava de costas, e ele nem tempo teve de ver para que lado a aliança tinha caído. Ficámos petrificados a olhar para aquela paisagem imensa, pois não queríamos acreditar que a aliança tinha caído ali.

Apesar de termos andado mais de uma hora à procura em todos os cantos e esquinas, no meio de pedras e ervas, a aliança não deu sinal de vida. Rico dia de aniversário... Não era isto que ia estragar o meu dia, mas sabia que a aliança perdida ia ficar para sempre associada à memória dos meus 40 anos.

Fartos de procurar, viemos embora, mas prometemos voltar, mais tarde, para uma nova tentativa, antes de comprarmos outra aliança. No final do dia, quando nos encontrámos com os nossos amigos e familiares, foi a primeira história que contámos. Deu logo "pano para mangas" e no meio da desgraça, a história não deixava de ter a sua graça. Cada um dava o seu palpite, mas todos eram unânimes: devíamos procurar novamente. No meio de tanta partilha, alguém teria um detetor de metais, e foi exatamente isso que o meu sogrinho conseguiu arranjar...

Teríamos agora a sorte de que precisávamos? Várias pessoas apostavam que sim, que só tínhamos de acreditar e "ler o responso a Santo António com devoção". O meu marido não fez caso da sugestão, já eu, confesso que sempre acreditei que a aliança fosse aparecer, pelo que pensei no "responso" como uma "ajudinha extra"!

No sábado a seguir, bem cedo, pelas 06h30 da manhã, o meu marido e o meu sogrinho decidiram voltar ao local e procurar novamente, agora munidos de um detetor de metais (e do responso, claro). Vasculharam pedras, pedrinhas, ervas daninhas e mato, com o detetor de metais a tocar a cada pedaço de metal encontrado. Ao fim de uma hora e tal, o desânimo era grande, que só aumentou quando viram chegar um autocarro cheio de turistas.

Nos últimos minutos, já quase a desistir, uma derradeira vista de olhos pelo meu marido, na zona onde a aliança tinha saltado, teve melhor sorte. No momento que se ajoelhou para procurar melhor, viu a aliança reluzir no chão! Parecia mentira, encontrá-la tão visível e bem perto do local onde tinha saltado!

Ainda hoje não sabemos como raio não a vimos ali no primeiro dia! Eu cá acho que o "Responso" explica isso...

Felizmente, a história teve um final feliz. Mesmo que não tivesse sido assim, sabíamos que esta ficaria gravada para sempre na nossa memória, para ser contada até sermos velhinhos!

Aliança
A aliança perdida e achada créditos: Patrícia Cardoso

A Patrícia é a autora do blog As nossas voltas, onde partilha as suas aventuras e passeios em família.

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