Comecemos pela piscina. O ribeiro desce a serra das Talhadas numa encosta junto à aldeia.

Foz do Cobrão
Foz do Cobrão créditos: andarilho.pt

Passa mesmo ao lado do casario e forma um espelho de água com um pequeno areal antes de se projetar na Cascata Poço de Mel e depois deixa-se escapar por debaixo de uma ponte.

Foz do Cobrão
Foz do Cobrão créditos: andarilho.pt

No meio do espelho de água está um enorme rochedo que aumenta o encanto do lugar e acrescenta uma perspetiva rústica e natural.
O ribeiro foi sujeito a obras, a zona está limpa, é “natureza pura e dura” na expressão de Ana Dias do Turismo de Vila Velha de Ródão.

Foz do Cobrão
Foz do Cobrão créditos: andarilho.pt

O espelho de água é muito procurado e alguns utilizadores são turistas que param o carro após a ponte e depois dão um mergulho no Cobrão, o nome do ribeiro e que está na origem da designação da aldeia.

Conforme adianta Manuel Barateiro, dono de um café, o ribeiro vai pouco depois desaguar no Rio Ocreza e no seu percurso deixa um rasto de vegetação verde que embeleza a aldeia.

Outro lugar de visita obrigatória é as Portas de Almourão, um geossítio do Parque Naturtejo.
Podemos ver um longo vale escarpado em que a Serra das Talhadas comprime o Ocreza.

Foz do Cobrão
Foz do Cobrão créditos: andarilho.pt

Este vale está a ser formado pelo rio há dois milhões de anos. A Serra colocou fragas muito altas a travar o curso de água. No entanto, fruto da erosão, o rio abriu uma passagem que foi ficando mais larga e mais profunda.

Podem-se ver as Portas a partir de um miradouro que foi construído numa encosta da serra. Fica de frente para o rio embora a uma distância considerável.

Foz do Cobrão
Foz do Cobrão créditos: andarilho.pt

Quem queira molhar os pés ou ver mais próximo há um trilho devidamente sinalizado que leva os visitantes até às profundezas do vale. No percurso pode ter a sorte de ver grifos e abutres.
Entre as rochas, próximo das margens também poderá encontrar fósseis com milhões de anos. Com mais sorte ainda poderá confirmar a veracidade de muitas lendas que, como é habitual, envolvem muitas mouras.

Foz do Cobrão
Foz do Cobrão créditos: andarilho.pt

A vista revela também terrenos de difícil aproveitamento agrícola. Uma das técnicas para contornar esta dificuldade foi a construção de socalcos para plantar oliveiras.

Foz do Cobrão
Foz do Cobrão créditos: andarilho.pt

Outra vista da serra da Talhadas e do rio Ocreza é do alto de Foz do Cobrão, um pouco antes do miradouro. Vemos o Ocreza a espraiar-se devido a um açude e do outro lado do rio está a aldeia de Sobral Fernando. Parece uma irmã gémea de Foz do Cobrão porque também se alonga pela encosta da serra.

Foz do Cobrão
Foz do Cobrão Conheira em Sobral Fernando créditos: andarilho.pt

Tem muitas pedras espalhadas próximo do rio Ocreza e fazem parte da Conheira de Sobral Fernando. São resultado de uma longa atividade de extração de ouro desde os romanos com recurso a água.

Foz do Cobrão
Foz do Cobrão créditos: andarilho.pt

A Serra das Talhadas tem 27 quilómetros de extensão e no caminho para Sobral Fernando consegue-se ver no cume cristas quartziticas. Estas rochas constituíram-se há vários milhões de anos a partir de areias finas que estavam no fundo de um oceano.

Ver ainda Gafoz – Grupo dos Amigos de Foz do Cobrão e Associação para o Desenvolvimento do Sobral Fernando.
As portas e a piscina de Foz do Cobrão faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.