Produtos à base vegetal

O bife de soja existe há muito tempo e é referência nas lojas orgânicas. Nos últimos anos, porém, algumas empresas passaram para uma nova etapa, adotando tecnologias sofisticadas para reproduzir o sabor, a textura e até mesmo o sangue da carne animal.

Estas empresas utilizam beterraba, grão de bico, ou óleo de coco para fazer hambúrgueres, salsichas e carne picada.

Entre as start-ups mais populares estão a Beyond Meat, que acaba de fazer a sua estreia em Wall Street digna das maiores estrelas da tecnologia, ou a Impossible Burger, que fechou uma parceria com a Burger King.

Estas start-ups têm tirado proveito das mudanças nos hábitos alimentares de uma determinada parte da população que por razões ambientais, de saúde, ou de proteção dos animais, decidiu reduzir o seu consumo de carne animal.

"Carne in vitro"

O primeiro hambúrguer "in vitro" feito a partir de células estaminais de vaca por um cientista holandês da Universidade de Maastricht, Mark Post, foi apresentado em 2013. Este hambúrguer ficou conhecido como "Frankenburger".

Nos Estados Unidos, em Israel, na Holanda e no Japão, várias start-ups estão a tentar produzir pedaços de frango, pato, porco, ou peixe só a partir de células animais.

Estas start-ups ainda não conseguiram passar para uma produção em massa para tornar os preços acessíveis.

Investimento ainda pequeno

Embora as vendas de produtos à base de plantas para substituir a carne convencional tenham explodido nos Estados Unidos, em 23% em 2018, segundo uma associação promotora do setor, The Good Food Institute, ainda representam menos de 1% do mercado total de carne no país.

E os investimentos no setor ainda são pequenos.

Em 2018,  foram investidos 673 milhões de doláres em fábricas que desenvolvem a partir de plantas o equivalente de alimentos à base de carne, ovos, ou leite, em comparação com 96,6 mil milhões de doláres no setor de tecnologia agrícola, ou cerca de 25 mil milhões de doláres no de cannabis.

Para Danielle Beck, representante da Associação Americana de Produtores de Carne Bovina (NCBA), o entusiasmo pelos novos produtos não representa uma ameaça para os produtores de gado.

Com o aumento do padrão de vida nos países emergentes, "a procura por proteína continua forte", conclui Danielle.

E, quando a população mundial chegar a quase 10 mil milhões em 2050, "precisaremos de carne de todas as formas", prevê.

Fonte: AFP