1. Catedral de San Salvador

A Catedral de San Salvador começou a ser construída no século XIII, mas as obras prolongaram-se até meados do século XVI. Por se encontrar no local onde se situava o conjunto arquitectónico da anterior catedral pré-românica do século IX, o edifício atual conta com algumas estruturas dessa época. Assim, a catedral que hoje podemos ver traduz-se numa mescla de elementos pré-românicos, românicos, renascentistas, barrocos e góticos. Um dos seus locais mais emblemáticos é a Câmara Santa, datada do século IX e declarada pela UNESCO Património Mundial da Humanidade. Na Câmara Santa encontram-se as principais relíquias da catedral das quais se destaca o Santo Sudário, um pano de linho manchado de sangue que se pensa ter coberto a cabeça de Jesus Cristo morto. São ainda de destacar o claustro, uma joia do gótico espanhol; o retábulo maior, com cenas representativas da vida de Cristo; e a torre gótica, o último elemento da igreja a ser construído. A catedral de Oviedo é ainda um importante local de peregrinação para quem se desloca até Santiago de Compostela, pois foi dali que o rei Asturiano Afonso II partiu, no século IX, rumo a Santiago de Compostela para visitar o recém-descoberto túmulo do Apóstolo Santiago, fazendo assim aquele que viria a ser conhecido como o “Caminho Primitivo”.

2. Casco Antiguo e La Plaza del Fontán

Nas imediações da catedral desenvolve-se o Casco Antiguo (centro histórico) composto por edifícios de diferentes épocas, restos da muralha primitiva que protegia a cidade no século IX e uma série de recantos e detalhes reminiscentes das origens de Oviedo. Esta zona da cidade é essencialmente pedonal, pelo que convida a um passeio a pé e sem pressas a fim de apreciar o casario antigo, os muitos palácios e as diversas praças que se abrem por entre as ruas estreitas. Um dos locais mais pitorescos é a Plaza del Fontán, uma praça interior à qual se acede através das suas arcadas e que é ponto de encontro de familiares e amigos que ali se juntam para conviver, numa das várias esplanadas existentes. Nas imediações da praça, aos fins-de-semana, há um mercado de produtos locais e durante a semana o vizinho mercado coberto El Fontán oferece os melhores e mais frescos produtos Asturianos, com destaque para os queijos e enchidos e o marisco do Mar Cantábrico.

Oviedo
Ayuntamiento de Oviedo créditos: Javier.losa CC BY-SA 2.0

3. Monte Naranco

As origens de Oviedo remontam ao tempo em que dois monges edificaram um pequeno mosteiro no cimo de uma colina chamada Oveto. Conhecido hoje por Monte Naranco, é nesta colina que se encontram duas das principais edificações do pré-românico Asturiano, a Igreja de San Miguel de Lillo e a Igreja de Santa Maria del Naranco, ambas construídas no século IX e consideradas Património Mundial da Humanidade pela UNESCO. Para uma melhor compreensão da arte e arquitetura do pré-românico, aconselha-se uma visita ao Centro de Recepção e Interpretação do Pré-Românico Asturiano.

Monte Naranco
Monte Naranco créditos: Milesfoto | Dreamstime.com

4. Museo de Bellas Artes de Asturias

Este belíssimo museu ocupa três edifícios, um palácio do século XVIII, uma casa do século XVII, e um edifício desenhado pelo arquiteto espanhol Francisco Mangado em 2015. Este conjunto arquitectónico oferece um carácter peculiar ao museu, uma vez que para além da coleção de arte, os espaços onde esta é apresentada são, por si só, motivo de interesse. Quando abriu portas em 1980 o Museu de Belas Artes dispunha apenas de uma pequena coleção, mas atualmente conta com mais de 15 mil peças de arte, que vão desde o século XIV até à atualidade. Dotado de uma das melhores coleções de arte de Espanha, o museu apresenta obras de pintura, escultura, desenho, gravura, fotografia e artes industriais e aplicadas, particularmente em vidro e faiança. Da coleção fazem parte trabalhos executados por alguns dos mais conceituados artistas espanhóis, como é o caso de El Greco, Goya, Picasso, Dalí e Miró, mas também estrangeiros como Tiziano, Rubens, John Philip, Angelica Kauffmann, entre outros.

5. Museo Arqueológico de Asturias

Este museu encontra-se alojado em dois espaços contíguos: o claustro do antigo mosteiro de São Vicente e um edifício moderno que ocupa parte do local onde se erguia o antigo convento. Fundado no ano de 761 o aspeto atual do que resta do mosteiro data, essencialmente, do século XVI, já que há alguns elementos posteriores como é o caso da fachada principal, em estilo barroco. Numa viagem ao passado, este museu pretende dar a conhecer a evolução da presença humana no território das Astúrias, através de utensílios, armas e adornos executados em diversos materiais - desde a pré-história, passando pelo Neolítico, pela Idade dos Metais, pelo tempo dos castros, pela ocupação romana, até chegar à Idade Média.

6. Campo de San Francisco

Situado em pleno coração da cidade, este parque é o pulmão de Oviedo. A sua história está ligada à construção de um antigo mosteiro franciscano no século XIII, albergando um conjunto de hortas que eram propriedade do cabido. Em 1534 foi aberto ao público e desde então que se converteu num dos espaços mais acarinhados pelos Ovetenses. Conta com 51 espécies de árvores diferentes, distribuídas por um espaço onde se cruzam diversos os caminhos que convidam a um passeio e à prática de exercício físico. Há lagos com patos, fontes, baloiços, bancos de jardim, mesas de ping-pong, skate park, cestos de basquete, aparelhos de ginástica, um quiosque para concertos de música e até uma biblioteca para crianças.

Campo de San Francisco
Campo de San Francisco créditos: Javier.losa CC BY-SA 2.0

7. Teatro Campoamor

Este magnífico teatro do século XIX é internacionalmente conhecido por ser o cenário da entrega dos Prémios Princesa das Astúrias, um importante galardão que pretende enaltecer e promover os valores científicos, culturais e humanísticos considerados património Universal. Mas o Teatro Campoamor é também o palco das famosas temporadas de ópera e zarzuela de Oviedo, já que é o único teatro espanhol que oferece uma temporada lírica durante os doze meses do ano. Numa visita à cidade vale a pena consultar a agenda deste teatro e assistir a um dos muitos espetáculos que ali têm lugar, já que é uma forma de conhecer por dentro este belíssimo espaço que é um símbolo cultural da cidade.

8. Rota das Esculturas

Nas ruas e praças de Oviedo há dezenas esculturas, por isso há quem diga que passear pelas ruas da cidade é o mesmo que visitar um museu a céu aberto. Desde esculturas representativas de diversas profissões e ofícios, passando por outras que aludem a figuras ligadas à cidade, à estátua do realizador norte-americano Woody Allen, que foi galardoado com o prémio Princesa das Astúrias, ou à famosa personagem de banda desenhada criada por Quino, Mafalda, as esculturas são mais que muitas. Por este motivo, vale a pena estar atento e apreciar a arte escultórica que a cidade tem para oferecer.

9. Gascona – El Bulevar de la Sidra

Nas Astúrias a Sidra é muito mais do que uma bebida, é um símbolo da identidade de um povo, em torno do qual existe toda uma cultura. A maçã, que é a base da sidra, é um dos frutos mais abundantes nas Astúrias onde existem cerca de 500 qualidades diferentes. A produção de sidra assenta num processo que começa com a floração dos pomares de macieiras, na Primavera, passa depois para o lagar onde é produzida a sidra e termina com o consumo da mesma seja nos próprios lagares, nas sidrerias ou nos restaurantes da região, sendo também uma presença obrigatória em todas as festas e romarias. Existem 80 lagares em funcionamento e 95% da produção é para consumo nas Astúrias. Uma particularidade da sidra Asturiana é o facto de ser a única no mundo que necessita de ser escanceada. Erguendo o braço bem alto segurando a garrafa de sidra com a mão direita e agarrando o copo em baixo com a mão esquerda, a sidra é vertida no copo de forma brusca e a partir de uma altura suficientemente elevada para permitir uma adequada oxigenação da bebida, ficando assim apta para ser consumida mas, de um só trago! Assim, visitar um dos muitos lagares ou sidrerias da região é assistir a todo um espetáculo cheio de técnica e tradição.

10. Gastronomia Asturiana

Fabada Asturiana
Fabada Asturiana créditos: Juan J. Martínez CC BY-SA 2.0

O prato mais emblemático da região é a Fabada Asturiana, uma espécie de feijoada confecionada com uma variedade de feijão chamada “faba asturiana” e com carne de porco e enchidos. Mas para quem pretende uma refeição mais ligeira há outras opções bem típicas, como os pratos à base de cogumelos, um alimento que abunda na região, ou o famoso “cachopo” muito semelhante ao conhecido “cordon bleu”, mas que nas Astúrias cada restaurante tem a sua própria especialidade acrescentado outros ingredientes ao recheio tradicional de fiambre e queijo. Certo é que nos últimos anos tem havido até um campeonato destinado a eleger o melhor “cachopo” da região. Para quem não quer uma refeição completa e prefere petiscar, cada estabelecimento tem a sua própria carta de pinchos e tapas. O queijo é um elemento fulcral da gastronomia Asturiana e aqui o destaque vai para o distinto Cabrales, um queijo azul, curado nas grutas existentes nos Picos da Europa. Na doçaria destacam-se os carbayones e os moscovitas, à venda nas melhores pastelarias de Oviedo.