Foram descobertos vestígios romanos e até uma ponte a que chamam de romana mas não é.
Foi construída entre os séculos XIV e XVI e, dizem, substituiu uma outra do tempo dos romanos que ajudava a ligação entre Benquerença e Capinha, uma das vias romanas muito usadas nesta região.
Esta ponte, com 9 arcos de tamanhos diferentes, passa sobre a ribeira da Meimoa e serve de limite à praia fluvial.
Um espaço de lazer muito procurado no Verão que tira partido da água da ribeira e tem estruturas de apoio para os visitantes.
Muito próximo da ponte, no largo que dá acesso à estrada principal, está uma capelinha, do Senhor dos Aflitos, na qual os locais continuam a ter o hábito de acender a lamparina para iluminar o caminho aos passeantes.
Do outro lado da estrada, a uma centena de metros, está um antigo lagar de azeite, agora renovado e transformado no Museu Mário Bento (vídeo).
Mário Bento
nasceu na Covilhã e dedicou muito tempo da sua vida a fazer levantamentos arqueológicos e etnográficos desta região.
Desta zona, vê-se a aldeia aprumada ao longo da encosta.
Casario de pedra mas já misturado com construções em que são usados materiais que nada têm a ver com o tradicional.
No alto da encosta a vista é fantástica, para a Serra da Malcata que, na Primavera, enche de cor o horizonte.
Nesta parte da aldeia destaca-se a Igreja Matriz, um edifício com um interior muito bonito, em particular o teto, recentemente recuperado.
Outra particularidade é que a igreja tem três altares dedicados a santos distintos.
A igreja foi várias vezes renovada e uma das renovações mais profundas foi no inicio do século XX.
O Sr. Honorato da Meimoa
A antiga escola primária fica numa rua perpendicular à igreja. Aqui começa outra história mas que tem o ponto comum da descoberta e da salvaguarda da cultura local.
Honorato Neves já foi barbeiro, sapateiro, polícia e bancário.
Agora, reformado, tem mil e uma atividades e uma delas é dinamizar a Casa de Artesanato, Velharias e Tradições da Meimoa, um espaço que ele próprio criou.
Há cerca de 40 anos que recolhe objetos antigos relacionados com a cultura da região. Hoje em dia, já são alguns idosos que lhe vão oferecer pertences para servirem de testemunho de uma época e ficarem expostos na antiga escola primária.
Honorato Neves também produz artesanato. Diz que a primeira exposição foi na Páscoa de 1981 e nunca mais parou.
Promove ainda iniciativas fora da escola. Criou um grupo de malhadores e fazem uma ceifa por ano.
O objetivo é fazer reviver e revitalizar a cultura local e, para isso, conta com o contributo da irmã, que tem 90 anos de idade e o ajuda a lembrar-se da função e do uso de alguns objetos.
A antiga escola não tem sempre as portas abertas. Convém contactar previamente Honorato Neves, por exemplo, através da sua conta no Facebook.
A Meimoa tinha 373 habitantes no Censos de 2011. No recenseamento de 1950 tinha quase quatro vezes mais.
A Meimoa dispõe de vários restaurantes e fica a 12 km de Penamacor, a sede de concelho.
O Sr. Honorato da Meimoa faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.
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