A passagem do rio Douro pelo Nordeste Transmontano é feita entre enormes arribas que dividem Portugal de Espanha. A fronteira natural tem vários miradouros fantásticos que nos projectam a dezenas de metros de altura para o rio, barragens e escarpas íngremes.
Em alguns locais os miradouros fazem parte do Parque Internacional do Douro e estão a ser construídas plataformas como é exemplo em Picote, na Fraga do Puio.
Em São João das Arribas temos um corte abrupto nas rochas, um vale profundo e agreste. “É como voar, ter a sensação das aves num território que lhes devia pertencer em exclusivo”. As arribas são quase a pique. Falésias que ultrapassam os 100 metros de altura.
Há um miradouro onde se tem uma vista deslumbrante do Douro e das escarpas graníticas do lado português e espanhol. Fica ao lado de uma capela e de um antigo castro. Contemplamos uma paisagem singular e arrepiante.
Este é um ponto comum com os praticantes de Highline: controlar o medo. Eles têm ainda de ter muita concentração e equilíbrio para atravessar o desfiladeiros sobre uma fita elástica com alguns centímetros de largura e mais de 200 metros de comprimento.
No miradouro a fita foi presa num rochedo à beira da falésia e o acesso era relativamente fácil. No lado espanhol era mais difícil, com uma descida íngreme até ao ponto de amarração. E também de partida. Era ali que começava a travessia. Um a um e demorava longos minutos. Quase sempre com paragens e algumas quedas.
Um cabo preso à perna evitava o mergulho fatal. Esta foi a primeira vez que Benoit Hum e os amigos fizeram Slackline no Douro. Tiveram de esperar três dias para a montagem dos aparelhos devido ao vento. Fizeram uma paragem de pouco mais de uma semana próximo da Aldeia Nova e foram uma novidade para muitas pessoas que visitavam o miradouro. Espanto, gritos de encorajamento e olhares arrepiados eram o comum.
O Slackline é relativamente recente. Tem cerca de 40 anos e teve origem nas escaladas do parque norte-americano de Yosemite.
Comentários