O Roteiro por Cerromaior é também uma viagem no tempo.
Do final da década de 30, quando o primeiro romance de Manuel da Fonseca terá sido escrito até aos dias de hoje, às histórias que a cidade revela. Um contexto longe da austeridade económica, social e política que viveram os trabalhadores rurais e que é testemunhada por Adriano, o personagem de Cerromaior.
O enredo é em Santiago do Cacém, pelas memórias de Manuel da Fonseca e pelos vários cerros que o levam ao maior de todos, o do Castelo da cidade, o Cerromaior. A história, que foi lavada ao cinema na década de 80 por Luis Filipe Rocha, passa ainda por outros lugares.
São cerca de uma quinzena, fazem parte do roteiro e Luísa Gomes, responsável da Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca e Arquivo de Santiago do Cacém, destaca alguns desses locais, a começar por uma cela que podemos ver no primeiro andar do atual museu e que antes foi a cadeia comarcã. É onde se desenrola o primeiro capítulo do livro.
O Largo do Barroso é outro lugar do roteiro e é um dos lugares mais simbólicos na obra literária de Manuel da Fonseca e referido em vários livros.
Era onde paravam as camionetas e chegavam as notícias. Foi por isso que Manuel da Fonseca chamou ao largo “o centro do mundo”.
Era também onde os de mais idade passavam o tempo a ver passar os carros e antes, na década de 30, onde se juntavam os trabalhadores rurais para serem recrutados para a jorna, para um dia de trabalho.
Hoje continua a ser um lugar de passagem de carros, tem próximo um jardim e é também porta de entrada para a zona histórica que nos vai levar ao castelo de Santiago do Cacém.
Para se contemplar a cidade, do miradouro da igreja matriz, percorrer parte das muralhas que protegeu todo o povoado até ao século XIV e para nos despedirmos de Manuel da Fonseca que em 12 de Março de 1993 se junto ao seu Cerromaior.
Roteiro de Cerromaior faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
Comentários