Num momento em que as viagens para fora do país ainda estão muito limitadas, o turismo interno ganha uma nova importância e, felizmente, há muito para visitar em Portugal. No centro de Portugal, por exemplo, é possível conhecer ou revisitar quatro lugares classificados como Património da Humanidade pela UNESCO em poucos dias, além de desfrutar de experiências únicas de gastronomia, natureza e artesanato.

Em apenas três dias, foi possível visitar os Lugares Património Mundial do Centro: a Universidade de Coimbra - Alta e Sofia, o Convento de Cristo em Tomar, o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça e o Mosteiro de Santa Maria da Vitória na Batalha, além de vários outros pontos de interesse da região. Apesar de todas as condicionantes devido ao momento em que vivemos, foi possível desfrutar do melhor do centro de Portugal enquanto eram cumpridas as recomendações da DGS, permitindo uma viagem segura e consciente.

Dia 1: Coimbra

Coimbra é uma cidade repleta de história e um local de visita obrigatória no centro de Portugal. D. Afonso Henriques deu particular importância a Coimbra, a primeira cidade a reconhecer-lhe o título de rei, podendo dizer-se que a cidade foi a primeira capital do reino. Entre os vários locais emblemáticos que ainda podemos visitar, destaca-se a Universidade de Coimbra.

Universidade de Coimbra

A data mais consensual da fundação da Universidade de Coimbra é 1 de março de 1290, pelo rei D. Dinis, tendo alternado entre Coimbra e Lisboa, antes de se estabelecer definitivamente em Coimbra em 1537. É uma das mais antigas da Europa e foi a única em todo o espaço de Língua Portuguesa até 1911. É Património Mundial da UNESCO desde 22 de junho de 2013 e a área classificada divide-se em quatro grandes núcleos: os colégios do século XVI, o Pátio das Escolas, os edifícios da reforma pombalina e o complexo do Estado Novo.

Paço das Escolas Susana Sousa Ribeiro

O Paço das Escolas ocupa um antigo palácio fortificado onde vivia o governador da cidade no período de domínio muçulmano e foi, a partir de 1131, o Paço Real, habitado por D. Afonso Henriques e onde nasceram todos os reis da primeira dinastia. Em 1537, durante o reinado de D. João III, foi ali instalada a Universidade de Coimbra.

No Paço das Escolas é possível visitar, no Palácio Real, a Sala dos Capelos, a Sala das Armas e a Sala do Exame Privado. Na Sala dos Capelos é possível ver os retratos a óleo de todos reis de Portugal, exceto da dinastia filipina que reinou quando o país estava sob domínio espanhol. Ao observar as imagens dos reis, ordenados cronologicamente é possível perceber o momento em que os reis deixaram de ser retratados com a coroa na cabeça. Isto porque, após a restauração da independência, em 1640, ao tomar o trono de Portugal, D. João IV coroou a Nossa Senhora da Conceição com a sua própria coroa. Assim, desde este dia, mais nenhum rei ou rainha usou a coroa na cabeça, esse privilégio é da Nossa Senhora da Conceição.

Nossa Senhora da Conceição Susana Sousa Ribeiro

A imagem de Nossa Senhora da Conceição pode ser vista na Capela de São Miguel, outro dos espaços visitáveis da Universidade. A capela original remonta, provavelmente, ao século XI, mas a atual configuração resulta da renovação dos século XVI sob patrocínio de D. Manuel I. Sobressai do conjunto o majestoso órgão histórico de 1733.

A famosa Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra - que serviu de inspiração para o filme da Disney, A Bela e o Monstro - é outro dos locais a visitar. Expoente máximo do barroco civil português, a biblioteca assume-se como uma das mais deslumbrantes do mundo e contém cerca de 60 mil volumes dos séculos XVI a XVIII, que ainda hoje podem ser consultados. A biblioteca é habitada por morcegos, que protegem os livros dos insectos.

É ainda possível visitar o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra que se divide por dois dois edifícios históricos: o Laboratorio Chimico e o antigo Colégio de Jesus. No museu é possível ver vários instrumentos usados para fazer experiências nos séculos XVIII e XIX e vários elementos de fauna e flora recolhidos durante viagens filosóficas que levaram estudantes quatro cantos do mundo.

Sés de Coimbra

Para além da Universidade, que é quase uma cidade inteira, Coimbra tem vários outros locais de visita obrigatória, como é o caso das suas duas Sés. A Sé Velha é a única catedral portuguesa românica, da época da Reconquista, que sobreviveu relativamente intacta até aos nossos dias. A Sé Nova foi a igreja do maior colégio de Coimbra, dedicado às onze Mil Virgens, pertencente à Companhia de Jesus e cuja construção foi iniciada em 1547.

Sé Nova de Coimbra
Susana Sousa Ribeiro

Mosteiro de Santa Cruz

D. Afonso Henriques apoiou a construção do Mosteiro de Santa Cruz, que abrigava uma escola e uma biblioteca que o tornaram num dos mais importantes centros culturais da época medieval e uma espécie de semente para a universidade que haveria de ser construída. No mosteiro é possível ver os túmulos de D. Afonso Henriques e de D. Sancho I, com elementos de decoração do estilo manuelino.

Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

O Mosteiro de Santa Clara foi mandado construir em 1314 por D. Isabel de Aragão - casada com D. Dinis - substituindo um pequeno convento de monjas clarissas fundado em 1286. O conjunto destaca-se na arquitectura da época pela dimensão da igreja e do claustro e pela abóbada em pedra que cobre as três naves do mesmo tamanho.

Construído na margem esquerda do Mondego, o Mosteiro de Santa Clara sofreu desde sempre com os sucessivos avanços das águas do rio e cheias impuseram o ritmo às obras de edificação sendo a cota  do mosteiro sucessivamente elevada, originando até a construção de um piso superior.

Quinta das Lágrimas

Numa visita a Coimbra é impossível não visitar o Jardim da Quinta das Lágrimas, palco do amor proibido entre D. Pedro e D. Inês de Castro. É possível visitar Fonte dos Amores onde Pedro e Inês se encontravam e onde, reza a lenda, como D. Inês estava no convento de Santa Clara a Velha, D. Pedro enviava pela corrente da fonte um barquinho de junco. Como as águas abasteciam o Convento, o barco chegava até D. Inês que descia então para os jardins.

A Fonte das Lágrimas – no fundo do jardim – é o local onde Inês terá sido morta e, segundo escreveu Luís de Camões, a água que corre são as suas lágrimas e a pedra vermelha está manchada pelo seu sangue.

Comer e dormir em Coimbra

Em Coimbra ficamos alojados no Hotel Vila Galé Coimbra, junto ao centro histórico e oferece vistas para o rio. Ao almoço fomos conhecer o DUX Taberna Urbana, em plena Baixa, enquanto para jantar escolhemos a Cervejaria Praxis, que além de restaurante é também fábrica e museu, produzindo várias cervejas artesanais de excelência. Durante a tarde tivemos oportunidade de experimentar os queijos e cocktails da Queijaria de Coimbra,  inserida num bonito edifício do século XIX. Visitamos ainda o histórico Café Santa Cruz, no espaço que foi a Igreja de São João de Santa Cruz. A inauguração do Café Santa Cruz ocorreu a 8 de maio de 1923.

Crúzios, Café Santa Cruz, Coimbra
Susana Sousa Ribeiro

Tivemos oportunidade de experimentar o "Crúzio", um doce com raízes monásticas, confeccionado com base numa receita antiga do Café Santa Cruz com ingredientes tradicionais: farinha, manteiga, creme de ovo e amêndoa laminada polvilhada com açúcar.

Dia 2: Tomar

 Tomar é uma cidade discreta, mas cheia de encantos para descobrir. Tomar é o bastião templário em Portugal, com um valioso legado histórico, de que se destaca o conjunto monumental constituído pelo Convento de Cristo e pelo Castelo, que mereceu a classificação de Património da Humanidade da UNESCO.

Convento de Cristo

O Castelo Templário e o Convento de Cristo formam um conjunto monumental único no género que merece ser visitado. Foi sede da Ordem do Templo até 1314 e da Ordem de Cristo até 1357. Do castelo, pode-se ainda visitar a célebre Charola octogonal, de finais do século XII, um santuário românico de influência oriental.  Trata-se de um dos mais originais e emblemáticos monumentos da arquitetura templária de toda a Europa.

O complexo é um verdadeiro registo da história da arquitetura, com a igreja templária de origem românica, com uma estrutura cilíndrica de influencia oriental, os claustros do tempo do Infante D. Henrique no estilo gótico e a famosa e exuberante "Janela do Capítulo", do início do século XVI que retrata o Manuelino, tendo-se tornado um ícone do património português.

A 'janela', Convento de Cristo, Tomar
Susana Sousa Ribeiro

A janela da Sala do Capítulo, junto à igreja, é o elemento mais conhecido de todo o Convento de Cristo e é considerada uma obra-prima do estilo manuelino. As decorações são extremamente minuciosas e refletem o melhor do estilo manuelino. A construção do novo Convento por D. João III, no estilo do Renascimento, acabou por obstruir a famosa janela. Em 1845 D. Maria II, acompanhada por D. Fernando II, instala-se no convento e, sete anos mais tarde, D. Fernando II ordena a demolição do piso superior do Claustro de Santa Bárbara e do primeiro e segundo pisos da ala sul do Claustro da Hospedaria - de estilo Maneirista - para permitir uma melhor visualização das fachadas da igreja quinhentista, nomeadamente da janela manuelina.
O conjunto é a maior área monumental de Portugal e uma das maiores do mundo. Foi classificado pela UNESCO como Património Mundial em 1983.

Mata Nacional dos Sete Montes

Embora Tomar seja profundamente marcada pelo peso histórico e monumental, também é uma cidade extremamente rica a nível de espaços verdes. A Mata Nacional dos Sete Montes foi, durante séculos, uma cerca conventual. Em 1980, foi criado um circuito de manutenção para incitar a população citadina à prática de exercício físico, enquanto desfruta da natureza. A estrutura mantém intacta a planimetria e a estrutura quinhentista. Destaca-se a Charolinha, uma casa de fresco edificada no coração da mata, destinada a recolhimento e contemplação. Este pulmão da cidade é o local ideal para um passeio na natureza e para a constante descoberta de espaços bucólicos.

Igreja de São João Batista

Erguida paredes meias com a Corredoura - a tradicional rua comercial - esta igreja, assente sobre estruturas do século XII, foi reformulada no século XVI. A igreja é de planta retangular, estruturada em três naves e uma torre sineira com relógio do século XVI.  No interior, destacam-se os capitéis decorados nas colunas interiores da nave com vários painéis pintados por Gregório Lopes, um dos melhores artistas renascentistas portugueses.

Sinagoga

O mais antigo templo hebraico, construído de raíz e ainda intacto, em Portugal, encontra-se a meio da antiga Judiaria Henriquina. A Sinagoga foi encerrada aquando da expulsão dos judeus, durante o reinado de D. Manuel I e teve, ao longo dos tempos, outras ocupações, tendo sido prisão, capela católica, mercearia, armazém, entre outros. Atualmente, abriga o Museu Hebraico Abraão Zacuto.

Sinagoga de Tomar
Susana Sousa Ribeiro

Complexo da Levada

Atualmente, a Levada de Tomar encontra-se em processo de valorização e de musealização, tendo em vista a sua ativação patrimonial e fruição pública. No Complexo Cultural da Levada, é possível visitar o Núcleo Museológico da Central Elétrica de Tomar, um retrato vivo do século XIX, quando a cidade foi uma das primeiras do país a dispor de iluminação pública elétrica.

Comer e dormir em Tomar

Ficamos alojados no Thomar Boutique Hotel, um charmoso hotel no coração da cidade de Tomar, abraçado pelo rio. Cada quarto foi criado com detalhe, para que os hóspedes possam desfrutar de uma experiência única. O rooftop é um local excelente para desfrutar de uma bebida e ver o sol pôr-se, à distância de um olhar, sobre a zona histórica da cidade templária. Ao almoço experimentamos a cozinha tradicional e o ambiente agradável do Restaurante Bela Vista, situado perto da ponte velha do rio Nabão.

Susana Sousa Ribeiro

Ao jantar fizemos uma verdadeira viagem no tempo até à Idade Média ao entrar na Taverna Antiqua, no centro da cidade, que nos surpreende com um conceito único que recria o ambiente e a gastronomia medieval. Com música ao vivo e muita animação, o jantar transformou-se numa experiência inesquecível, marcada por conversas entre templários, discussões sobre a peste e histórias de um peregrino a caminho de Santiago. Além disso, os sabores medievais surpreendem pela riqueza a variedade, revelando-se uma incrível surpresa e um local a voltar sempre que possível.

Dia 3: Batalha e Alcobaça

Batalha

A Vila da Batalha deve o seu nome ao triunfo dos portugueses sobre os castelhanos e ao mosteiro que celebra a heróica vitória de Aljubarrota. Embora o concelho esteja intimamente ligado ao mosteiro, há muito mais para descobrir na cidade.

Ecoparque Sensorial da Pia do Urso

A Pia do Urso, localizada na freguesia de São Mamede, a escassos minutos de Fátima, oferece uma paisagem natural verdadeiramente deslumbrante, onde é possível apreciar a o trabalho de restauro das habitações típicas desta região serrana. Na aldeia está instalado o primeiro Ecoparque sensorial destinado a cegos. Este conceito inovador permite que todas as pessoas conheçam e apreendam o mundo envolvente, através dos restantes sentidos.

Mosteiro da Batalha

O Mosteiro de Santa Maria da Vitória foi mandado construir pelo rei D. João I, em cumprimento do voto feito s 14 de agosto de 1385, a Nossa Senhora, caso vencesse o exército castelhano. Após sair vitorioso da Batalha de Aljubarrota, o rei português apressou-se a dar cumprimento à sua promessa. O Mosteiro assumia-se assim como símbolo da independência portuguesa, legitimador da dinastia de Avis, que em D. João I se iniciava. D. João I entregou o Mosteiro aos Dominicanos, que nele permaneceram até à extinção das ordens religiosas, no século XIX. A obra mobilizou grandiosos recursos humanos e materiais e prolongou-se durante mais de 200 anos. O monumento integra diversos estilos, uma junção que é atribuída à diversidade dos mestres que dirigiram a obra.

As duas capelas funerárias acrescentadas ao projeto final - a do Fundador, ordenada por D. João I  e as Imperfeitas, pensadas por seu filho, D. Duarte - são duas construções de grande qualidade. A morte prematura de D. Duarte e do arquiteto, no entanto, impediu que a obra se concluísse. D. Manuel decidiu terminar as Capelas e durante o seu reinado foi construído o Grande Portal das Capelas Imperfeitas, uma das obras mais criativas da arte manuelina. O balcão das Capelas Imperfeitas é um momento único da arte do Renascimento no Mosteiro da Batalha e representa a última tentativa de D. João III em concluir as Capelas Imperfeitas. No entanto, nenhum dos reis finalizou as Capelas. No século XX, mesmo estando as capelas inacabadas e sem teto, foi ali colocado o túmulo conjugal de D. Duarte e D. Leonor, cumprindo-se, finalmente, a vontade do rei.

Na segunda metade do século XV, o mosteiro foi aumentado com um segundo claustro - de D. Afonso V - cuja simplicidade contrasta com a construção de D. João I, mostrando a necessidade de mudança a nível da vivência do cristianismo que se fazia sentir um pouco por toda a Europa.

A qualidade arquitetónica do Mosteiro da Batalha completa-se com os incríveis vitrais. Em 1983, foi integrado pela UNESCO na lista do Património Mundial. Em 2007 foi eleito uma das Sete Maravilhas de Portugal e, posteriormente, foi-lhe também atribuído o estatuto de Panteão Nacional.

Museu da Comunidade Concelhia da Batalha

Museu da Comunidade Concelhia da Batalha retrata a vida neste território, desde as suas origens geológicas, paleontológicas e arqueológicas, percorrendo os principais acontecimentos históricos e artísticos até à atualidade. Destaca-se a majestosa estátua romana, em mármore, de um magistrado com uma altura superior a dois metros e mais de uma tonelada.

Museu da Comunidade Concelhia da Batalha
Susana Sousa Ribeiro

Comer na Batalha

Antes de partirmos para Alcobaça, fizemos a paragem para almoço no Mosteiro do Leitão, junto ao IC2, um restaurante de referência gastronómica que tem como especialidade o leitão, assado em forno a lenha respeitando todos os procedimentos tradicionais.

Alcobaça

A história de Alcobaça está indissociada da presença durante quase setecentos anos da Ordem de Cister. Com o avanço para sul dos exércitos, D. Afonso Henriques não podia deixar ao abandono o território já conquistado, motivo pelo qual doou uma parcela do centro do país à Ordem de Cister. A Ordem tinha como missão ordenar o território e gerir os recursos do lugar. Para o fazer, foi construído o Mosteiro de Alcobaça, um dos mais importantes de toda a Ordem.

Mosteiro de Alcobaça

À medida que a comunidade crescia, o mosteiro foi crescendo também, refletindo as tendências da arquitetura dos vários períodos da História. Ao entrar na igreja é possível perceber que as três naves têm a mesma altura (22 metros), o que era um feito único na época e a grande rosácea permite a entrada da luz (símbolo do divino).

Mosteiro de Alcobaça
Susana Sousa Ribeiro

D. Dinis mandou erguer um claustro que se tornou o centro do mosteiro, dando acesso à Igreja, Sacristia, Sala do Capítulo, Parlatório e a Sala dos Monges. Na outra ala, podemos encontrar o Calefatório, a Cozinha e o Refeitório e, no primeiro piso, encontrava-se o dormitório. Em frente ao Refeitório é possível encontrar um bonito Lavabo onde os monges lavavam as mãos.

O Mosteiro de Alcobaça não guarda apenas a história dos monges de Cister, mas também os despojos de um amor que o tempo não conseguiu dissolver. Os túmulos de D. Pedro e D. Inês de Castro estão depositados na abadia de Alcobaça e são considerados dos monumentos funerários mais importantes do período gótico em toda a Europa. O Mosteiro de Alcobaça guarda assim as chaves de um amor que D. Pedro soube exaltar, através da declaração do seu casamento e da trasladação solene do cadáver de D. Inês de Coimbra para Alcobaça. O túmulo de Inês mandando construir por D. Pedro, exibe a coroa, uma forma de do rei assegurar também o futuro dos filhos que tinham em comum.

O Mosteiro de Alcobaça é considerado uma obra-prima e um dos grandes exemplos de arte gótica cisterciense, tendo sido classificado como Património da Humanidade pela UNESCO em 1989.

Museu do Vinho de Alcobaça

O Museu do Vinho de Alcobaça é uma jóia da produção vitivinícola nacional, instalada na antiga adega que, em 1874, José Eduardo Raposo Magalhães mandou edificar para aí implementar e desenvolver a vinicultura da região. O imóvel que alberga o museu representa um legado arquitetónico da maior importância no contexto da história da tecnologia e industrial do vinho. Com mais de 8500 peças móveis, a coleção permanente contempla várias tipologias que vão da enologia, a etnologia, a tecnologia tradicional, a arqueologia industrial até às artes gráficas, plásticas ou decorativas.

Mosteiro de Santa Maria de Coz

Coz é uma das mais antigas povoações dos Coutos de Alcobaça e, no século XIII, ganhou forma ali uma comunidade religiosa citerciense. No século XVI, o Mosteiro de Santa Maria de Coz tornou-se num dos mais ricos mosteiros femininos da Ordem de Cister em Portugal. No século XVIII, o mosteiro passa por uma profunda renovação da qual sobrevive o templo com preciosas produções artísticas.

Mosteiro de Santa Maria de Coz, Alcobaça
Susana Sousa Ribeiro

Na igreja, merece destaque o coro das monjas, com um portal manuelino de fundo e o cadeiral. A igreja está dividida a meio por uma grade de clausura em talha dourada que separa o coro da igreja dos fieis. Destaca-se a abóbada com 80 caixotões de madeira que representam temas iconográficos típicos da espiritualidade cisterciense.

Chita de Alcobaça, Cestas de Junco e Doces Conventuais 

Numa visita a Alcobaça não pode deixar de conhecer alguns dos elementos característicos da região, como é o caso da Chita de Alcobaça, um tecido de algodão estampado originário da Índia, que foi trazido para a Europa pelos portugueses, tendo tido grande sucesso tanto para decoração como para vestuário. Esta tradição do tecido estampado de Alcobaça permanece ainda nos dias de hoje e há várias lojas típicas onde é possível encontrar peças com esse tecido.

Cestas de Junco, Alcobaça
Susana Sousa Ribeiro

As cestas de junco, feitas no tear, são uma tradição que é mantida viva pelas mãos de Eurico Leonardo, responsável pela Coz Arte, um projeto de empreendedorismo social que procura revitalizar este tipo de artesanato na freguesia de Coz, em Alcobaça. Quem passa por Alcobaça, não pode passar sem provar um dos doces conventuais que preenchem as mesas do concelho. Das tradicionais Cornucópias às Coroas de Abadessa passando pelos Queijinhos do Céu, há muitas opções doces às quais é impossível resistir.

Parque dos Monges

O Parque dos Monges  é constituído por seis vertentes: Ambiental, Zoológico, Aventura, Temático, Animação e Alojamento  que chegam até ao público através de um conjunto de equipamentos e atividades que visam criar experiências únicas, pela forma como as mesmas irão recriar a forma de viver dos monges da Ordem de Cister. O Parque dos Monges oferece uma das melhores opções de Glamping do país, onde os hóspedes podem adormecer a observar as estrelas e acordar sob o nascer do sol do Lago das Freiras, próximo de vários animais.

Publicado originalmente a 23 de junho de 2020

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