O presidente da Junta de Freguesia de Paialvo, Luís Antunes, disse à Lusa que será uma iniciativa “muito bonita” que “vai alertar para o orgulho” dos fregueses e chamar a atenção de potenciais visitantes para a história e o património do lugar, com destaque para os vestígios dos antigos Paços do Concelho e da prisão ou para a recriação de uma das antigas estalagens onde paravam os almocreves no caminho entre Santarém e Coimbra.
As recriações, intituladas “Termo de Payalvo”, reportam aos séculos XII, XV e XVIII, envolvendo coletividades e outras instituições sociais e incluindo iniciativas como um desfile templário, teatro de rua, espetáculo de fogo, artes medievais, jogos populares, gastronomia das épocas, que decorrerão ao longo dos dias de sábado e de domingo.
O objetivo, referiu, é “mostrar alguns momentos importantes da história do extinto concelho de uma forma lúdica, incentivando a população a participar ativamente”.
Sendo a primeira vez que se realiza, o “Termo de Payalvo” começará por evocar Payo Alvo (ou Alves), que deu origem ao nome da freguesia, a quem Gualdim Pais, Grão-mestre da Ordem do Templo, terá concedido aquelas terras para se instalar, aquando da fundação da cidade de Tomar (século XII), remetendo a recriação para os Templários e a época medieval.
No segundo momento (século XV), será invocado o gesto do Infante D. Henrique - que concede alvará aos homens de Paialvo “para que paguem as suas premissas no Termo de Santarém, por pedido daqueles que as não queriam pagar em Tomar, já que ali não lavravam” -, e assinalada a criação de duas confrarias, a de Paialvo e a de Bexiga, ambas na área da atual freguesia, com recriação de uma reunião em assembleia.
Finalmente, será destacada a elevação de Paialvo a vila, e do seu termo a concelho (em 02 de maio de 1769), sendo que entre 1798 e 1857 Paialvo foi território senhorial, concedido pelo príncipe regente D. João ao Conde de Linhares (novos), D. Rodrigo Domingos de Sousa Coutinho Teixeira de Andrade Barbosa.
Luís Antunes realçou que a freguesia de Paialvo, com uma área de 22,6 quilómetros quadrados, se mantém “quase inalterada desde a sua criação”, sendo composta por 13 aldeias, que têm seis capelas e uma igreja.
Referindo o dinamismo da freguesia, o autarca destacou a existência de seis coletividades de cultura, desporto e recreio, uma associação de caçadores, um rancho folclórico, uma filarmónica com escola de música e ainda de um centro de dia com apoio domiciliário, uma extensão de saúde, duas escolas com Jardim de Infância e 1.º Ciclo e dois lares de terceira idade.
Com uma população que passou dos 1.407 habitantes em 1801 para os 2.198 atuais, com um pico de 3.978 em 1960, sofrendo depois os efeitos do declínio da agricultura minifundiária e da emigração em massa, a freguesia mantém-se com a maior densidade populacional do concelho (116,8 habitantes por quilómetro quadrado) fora da zona urbana, disse, referindo ainda o dinamismo do setor económico, com a permanência de pequeno comércio e atividades na área do turismo rural e da agricultura, nomeadamente na produção de vinho (com três marcas registadas) e de azeite, mas também de ervas aromáticas e caracóis, entre outras.
A iniciativa programada para o próximo fim de semana teve já o efeito de reativar algumas atividades e o ressurgimento de alguns negócios, afirmou, sendo objetivo da junta fazer, a exemplo da freguesia vizinha da Asseiceira, um livro que conte às crianças a história de Paialvo.
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