As baterias estão apontadas para o mar.

Bateria da Raposeira
Bateria da Raposeira créditos: andarilho.pt

A trajetória leva-nos para magníficos miradouros naturais no topo da arriba fóssil da Costa da Caparica, na Trafaria.

Bateria da Raposeira
Bateria da Raposeira créditos: andarilho.pt

Uma paisagem urbana marcada por Lisboa, o estuário do Tejo, o casario de Trafaria e de Cova do Vapor, separadas pelos enormes silos da Silopor.

Pisamos terra de areia fina e estamos rodeados de pinheiros que não conseguem camuflar as peças de artilharia porque estão grafitadas com cores muito vivas.

Bateria da Raposeira
Bateria da Raposeira créditos: andarilho.pt

Não é apenas este equipamento. Todas as construções da estrutura militar que ficou inativa há cerca de 30 anos. Hoje é suporte de pinturas murais, tal como descreve Diogo Santos que com o Marco Abreu visitavam a bateria da Raposeira.

Bateria da Raposeira
Bateria da Raposeira créditos: andarilho.pt

“Foi tudo vandalizado e com graffitis. Literalmente, em todo o lado. Dos três canhões um caiu da estrutura e outro dá para girar.”

Bateria da Raposeira
Bateria da Raposeira créditos: andarilho.pt

Algumas das instalações, em 2019, foram encerradas com tijolos para atenuar o efeito do vandalismo e quando da minha visita alguns militares limpavam o mato como medida preventiva dos incêndios.

Bateria da Raposeira
Bateria da Raposeira créditos: andarilho.pt

A origem da bateria é do início do século XIX. Ao longo do tempo teve melhorias e foi reequipada. Tem a particularidade de algumas instalações, as que estão próximas das peças de artilharia, terem sido construídas dentro do morro. “Dá para ver que é dentro da terra, como se fosse um bunker”.

Bateria da Raposeira
Bateria da Raposeira créditos: andarilho.pt

Do outro lado da estrada Militar, a um nível mais baixo e a céu aberto, vemos uma construção térrea com várias salas.

A Estrada Militar acaba aqui, num fosso de cerca de 400 metros de cumprimento escondido pela orografia do terreno e pela natureza.

Bateria da Raposeira
Bateria da Raposeira créditos: andarilho.pt

Ao subirmos as escadas de pedra passamos para o patamar onde estão as peças de artilharia.

Eram de fabrico alemão, 4 Krupps de 150mm, o que permitia ter um grande alcance e proteger o estuário do Tejo de uma incursão naval hostil.

Bateria da Raposeira
Bateria da Raposeira créditos: andarilho.pt

“A Krupp era um aglomerado industrial enorme, quatro vezes maior do que a antiga CUF, e exportava para todo o mundo.”

As peças de artilharia pertenciam ao Regimento de Artilharia de Costa do exército e não foram utilizadas em situações de conflito. Apenas para treino e quando isso sucedia, segundo alguns relatos, avisavam a vizinhança da Trafaria por causa dos vidros das janelas.

Bateria da Raposeira
Bateria da Raposeira créditos: andarilho.pt

Não muito longe, ainda na arriba, mas mais próximo da Costa da Caparica, estava um outro conjunto de 8 peças de artilharia que pertenciam à bateria de Alpena. A estrada militar que termina na Raposeira faz a ligação a Alpena e ao quartel da Trafaria.

Bateria da Raposeira
Bateria da Raposeira créditos: andarilho.pt

Nos dias de hoje, são lugares que despertam a curiosidade de alguns visitantes no passa a palavra. “Eu vim aqui porque me recomendaram. Para vir ver a base com canhões e é fantástico para fotografia. Para Lisboa, Costa da Caparica, Tejo...”

Bateria da Raposeira
Bateria da Raposeira créditos: andarilho.pt

Os canhões da Bateria da Raposeira apontam para magníficos miradouros do estuário do Tejo faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.