É vulgarmente designado de “cedro do Bussaco” mas é um cipreste com origem no México - Cupressus lusitanica Mill – e tem mais de 150 anos.
A copa de 30 metros de diâmetro em forma de caramanchão, suportada por uma estrutura metálica, oferece uma sombra muito apreciada nos dias de Verão.
“É muito relaxante. Normalmente está aqui um senhor a tocar uma viola e as pessoas, como está sombra, aproveitam e ficam por aqui.”
O testemunho é de um vizinho do bairro que todos os dias visita o jardim com o seu animal de estimação. Há muitos anos que faz este passeio e regista que o cipreste teve quase sempre a mesma altura: sete metros.
“A árvore esteve sempre este assim. Que eu conheça nunca esteve alta. Sempre teve esta posição deitada. Ultimamente andaram a colocar arames na estrutura metálica talvez para segurar a árvore".
Além do reforço da estrutura metálica com os arames, colocaram uma grade que contorna o tronco da árvore e que visa protegê-la. O cipreste tem sido sujeito a algumas atrocidades, desde lixo a tentativas de incêndio.
Estima-se que o cipreste tenha sido plantado por volta de 1870, pouco depois da conclusão da Patriarcal, o depósito que fazia a gestão da água proveniente do Aqueduto das Águas Livres. Situa-se debaixo do lago que faz parte do jardim.
Foi nesta altura que se procurou dar um aproveitamento nobre ao lugar que já tinha partilhado as ruínas de palácios, lixeira e alvo de um grande incêndio que destruiu a Basílica da Catedral. A estrutura romântica do jardim foi delineada nessa altura, como também algumas plantas monumentais que chegam aos dias de hoje.
O jardim França Borges tem quatro árvores classificadas de Interesse Público. O chamado cedro do Bussaco foi a primeira árvore a ser classificada em Portugal. As restantes são três exemplares enormes da árvore da borracha australiana - Ficus macrophilla Desf. Peres.
São muito procuradas pelos miúdos que brincam entre as raízes e também para fotografias.
As três árvores de borracha da Austrália têm a mesma idade do cipreste, mas superam-no em dimensão. Cada uma delas tem uma altura superior a 20 metros e onde se destacam de forma mais evidente é na largura da base e nas raízes. A maior tem um perímetro de quase 10 metros.
A praça e alguns edifícios da zona envolvente também estão classificados.
A localização e o ambiente agradável faz com que o jardim seja muito procurado. Muitos visitantes ficam sentados na relva, outros nos bancos debaixo do cipreste.
Há ainda os clientes dos quiosques, a feira de antiguidades e artesanato e também quem faça o seu passeio diário, que chegou a ser o único exercício em tempo de confinamento.
“Normalmente venho com a cadela que é o exercício que faço todos os dias. Com o confinamento, vinha todos os dias e era o nosso passeio. Quatro voltas ao jardim e regresso a casa.”
O “cedro” do Príncipe Real foi a primeira árvore “monumental” de Portugal faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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