A descoberta do Museu Maçónico é muito interessante porque revela parte da “Luz” que abre a porta aos aprendizes. É também uma oportunidade para a divulgação da indumentária dos maçons e dos seus rituais. É exemplo o famoso avental.
Mas podemos ver muitos outros objectos como luvas ou as espadas.
Estão em exposição vários exemplares e os nomes dos “veneráveis” a quem pertenciam. Dizem respeito aos irmãos maçons em diversos graus e qualidades e ao mesmo tempo nos “trabalhos em Loja”.
Há muitos outros instrumentos e todos transportam uma forte carga simbólica.
São instrumentos utilizados nos rituais e no “mundo profano”.
Os que têm um significado mais profundo são o martelo e o cinzel para trabalhar a “pedra bruta". Na linguagem maçónica, o ser humano nasce como uma “pedra bruta” que precisa de se aperfeiçoar ao longo da vida através dos caminhos da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Esta trilogia da Revolução Francesa foi assumida pela Maçonaria que desenvolve a sua acção com este espírito, em nome do serviço público e sem o intuito de beneficio próprio.
Uma das salas é a réplica de um templo com as colunas e parte do pavimento em mosaico a preto e branco.
Um painel revela gente notável do tempo da Monarquia Constitucional e da República que fizeram parte do Grande Oriente Lusitano, fundado em 1802 e considerado uma das mais antigas potências maçónicas da Europa. Há muitos outros notáveis para além da política. São personalidades de vários campos do saber, das artes, das corporações militares e religiosas. Na lista encontram-se alguns dos maiores vultos da literatura portuguesa do século XIX e XX.
Documentos históricos em exposição e a lista de nomes que está escrita num cartaz revelam a dimensão e o perfil dos maçons em Portugal e a influência que tiveram.
Ao longo destes três séculos a maçonaria esteve ainda envolvida numa vasta obra marcada pela fraternidade. Em projectos de acção social, no plano educativo e de solidariedade entre os cidadãos.
No presente não se pode revelar os nomes dos que pertencem à Maçonaria. Os que estão vivos têm a salvaguarda do segredo ditado pelas regras maçónicas. Actualmente não há riscos acrescidos em Portugal de ser maçon. O mesmo não se pode garantir em relação a outros países. Este é um dos motivos porque o Museu é muito visitado por estrangeiros. No país de origem não há qualquer lugar de visitação ou é arriscado terem contactos com a maçonaria.
Em Portugal houve situações semelhantes com perseguição aos maçons. A Maçonaria foi introduzida no nosso país o mais tardar em 1727. A primeira Loja é constituída por comerciantes britânicos e meia dúzia de anos depois surge a segunda Loja. Não durou muito, começou a perseguição lançada pela Inquisição.
Ao longo dos três últimos séculos, apesar da perseguição em alguns épocas, a Maçonaria mostrou-se sempre activa e com adesão de novos maçons. Conhecem-se por sinais e códigos secretos que variam consoante a Loja ou Obediência a que pertencem.
Das trevas à Luz no Museu Maçónico Português faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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