Começámos pela escola secundária de Carregal do Sal que nos recebeu super bem, o que já esperávamos dado que viram a Associação Gap Year Portugal nascer. Sim, a Associação nasceu no Carregal do Sal, de onde o fundador é originário. Desta forma, é um conceito bem conhecido e respeitado pelos professores responsáveis da escola que nos colocaram em frente de 200 jovens. Duas palestras seguidas de auditório cheio. Que sensação incrível!
Esta zona não ficou só marcada por estas palestras incríveis mas também por tudo o que implicou a vantagem de ter um membro da Associação a viver na zona. A verdade é que foi uma semana que a carrinha só a usámos para explorar sítios incríveis, daqueles que só os locais nos sabem levar, pois ficámos instalados na sua casa quase toda a semana. Conhecemos assim o melhor do Carregal do Sal, vistas maravilhosas que não nos fartávamos de fotografar.
Gostámos tanto das recomendações de locais que mesmo no dia seguinte, ainda acompanhados pelo João (membro da associação), perguntámos aos alunos da escola secundária de Tondela o melhor sítio para ir explorar. A opinião era unânime portanto, após falarmos para cerca de 65 alunos, fomos explorar a Ecopista do Dão. Uma ciclovia de 49 km que liga Santa Comba Dão a Viseu e passa por inúmeras paisagens de cortar a respiração. Ainda nos aventurámos (com cuidado) e explorámos até por debaixo das pontes, aqui tudo valia a pena.
Depois de Tondela seguimos, já sozinhos, para a cidade que mais nos surpreendeu até agora: Viseu. Dizem os nossos pais que ambos já lá tínhamos estado, mas a verdade é que estivemos quase sempre boquiabertos enquanto passeávamos pela cidade. Cidade muito limpa e arranjada, cheia de espaços verdes e outras áreas lindas de explorar. Por alguma razão foi eleita mais do que uma vez como a melhor cidade para se viver em Portugal.
Mas não foi apenas a cidade que nos surpreendeu, a escola a que fomos também. A Escola Secundária Alves Martins, que aparentemente é das escolas secundárias que mais alunos em Medicina coloca todos os anos, tem mais de 2300 alunos e nós conseguimos a atenção de mais de 100 destes alunos. Um deles até acabou por ser o vencedor do nosso concurso diário, em que oferecemos uma sweat.
Aproximando-nos do Douro, a nossa paragem seguinte foi em Moimenta da Beira, onde nos esperava uma agradável surpresa.
Apesar de ser um meio mais pequeno, conhecemos os professores com as mentes mais abertas até então. Os mesmos surpreenderam-nos ao receberem-nos de forma tão acolhedora e tão organizada. Estava tudo tão bem preparado e estruturado que enchemos mais um auditório, duas vezes, contando com a presença de mais de 140 alunos no total. Mais um dia esgotante que valeu a pena pela reacção positiva tanto por parte dos alunos como também dos professores.
No fim do dia, tivemos ainda a oportunidade de conhecer um membro do casal Honeymooners (uns instagrammers portugueses, naturais de Moimenta da Beira, conhecidos por viajarem pelo mundo vestidos de noivos). Mais uma vez a explorar com locais, resultou em irmos explorar uma obra de arte fora do normal que só mesmo um local lá chega. Uma ventoinha eólica pintada por Joana Vasconcelos e outra por Vhils.
Após Moimenta da Beira, avizinhava-se uma viagem de duas horas na estrada, a mais longa do mês. Dirigíamo-nos para Bragança, mas parámos em Lamego para ver o futebol (claramente, percebem de quem foi esta ideia). O que seria uma paragem breve tornou-se o nosso local para passar a noite, assim que avistámos a escadaria do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios. Ficámos tão abismados e maravilhados com este Santuário que decidimos imediatamente abdicar de horas de sono, dormir na carrinha, à frente, literalmente, do santuário para acordar com o nascer do sol e poder fotografar esta relíquia. Pode-se imaginar que não nos arrependemos desta decisão mas que a viagem até Bragança custou mais que o normal. Pior/melhor (dependendo das perspectivas) é que a meio caminho recebemos um telefonema a informar-nos que a Escola Secundária Emídio Garcia em Bragança tinha acabado de fechar por motivos de greve da função pública. A verdade é que já há algum tempo que não tínhamos o dia livre por não haver aulas (risos).
Assim, depois de 3 semanas intensas, decidimos passar um fim de semana longo na Quinta da Mata, em Chaves. Uma quinta sustentável e quase auto-suficiente, rodeada de natureza e vida animal, com uma vista incrível sobre para a cidade de Chaves, a nossa próxima paragem. Não podíamos ter ficado em melhor sítio para recarregar baterias e juramos que não é por ter a maior coleção de vinhos de Trás-os-Montes (risos)! A verdade é que fomos tão bem recebidos que temos que agradecer à Quinta da Mata por nos ter permitido recarregar as energias para as seguintes semanas pelos distritos do norte de Portugal.
Na próxima semana, depois de Chaves passamos pelo grande Porto e acabamos perto do Gerês, um dos sítios que mais amamos no nosso país. Será uma semana diferente e especial, pois coincidirá com o aniversário da Matilde. Poderão acompanhar tudo no nosso Instagram.
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