Por Diogo Santos, líder de viagens The Wanderlust
Muito se tem falado do impacto do turismo, tanto a nível cultural como ambiental, na Tailândia. Os números de visitantes têm sido tão altos que, recentemente, uma ordem do governo tailândes, tendo em conta o impacto ambiental que a massificação do turismo estava a causar na região, restringiu o acesso a uma das mais famosas ilhas do país, Ko Phi Phi Leh, onde se encontra a famosa Maya Bay. Meses mais tarde já se verificam efeitos positivos, começando-se novamente a registar um crescimento da população marinha na região.
Contudo a Tailândia é muito mais que praias de água cristalina e água de côco e, apesar do turismo ter um índice bastante mais elevado do que noutros países da região da Indochina, a verdade é que é existem experiências longe das massas que nos fazem apaixonar pela sua riqueza cultural. São precisamente essas que vos vou dar a conhecer!
Gastronomia
A gastronomia tailândesa tem a capacidade de deixar qualquer um estupefacto. De todas as variedades gastronómicas que já experimentei esta está indiscutivelmente no top 3, sendo que uma refeição na Tailândia é, por si só, uma forma de viajar e os seus sabores, sem dúvida alguma, uma das melhores memórias com que ficamos do país.
Uma excelente forma de conhecer a fundo esta deliciosa vertente da cultura Thai é participando numa aula de culinária local. Aqui, contactamos de perto com os seus ingredientes de eleição e concebemos vários pratos tradicionais, como currys ou pad thai e, no fim, degustamos o banquete por nós elaborado.
Trekkings
Os trekkings, ou em português caminhadas, são uma das actividades que nos permitem um contacto com a natureza da forma mais crua possível. As florestas montanhosas tailandesas são um excelente local para a prática dos mesmos arrebatando-nos com a sua incrível beleza.
Para além do contacto com a natureza, proporcionam momentos de imersão cultural. Pequenas vilas de tribos locais, recebem os caminhantes para dormir e a possibilidade de podermos observar os seus costumes, aprender sobre o seu modo de viva e receber a calorosa hospitalidade que nos proporcionam é algo que me enche o coração. Estas são das memórias mais felizes que tenho em viagem e algo que me coloca sempre um sorriso nos lábios!
Projectos de ajuda e bem-estar animal
Na Tailândia, assim como em muitos outros países do Sudeste Asiático, a exploração animal para fins turísticos tem um lado bastante negro. Os famosos passeios de elefante, como fonte de atracção turística, as fotografias com pequenos macacos ou iguanas e até mesmo os espectáculos com crocodilos e cobras, são responsáveis por consequências terríveis, no que diz respeito ao bem-estar animal.
Felizmente, no país, existem várias associações que trabalham no sentido de minimizar o impacto do turismo irresponsável, resgatando animais vítimas de maus tratos e sensibilizando a população local, bem como os turistas. Os viajantes podem assim deixar uma marca positiva, apoiando estas associações, nomeadamente fazendo voluntariado.
Uma dessas associações é a Save Elephant Foundation, uma organização sem fins lucrativos dedicada a fornecer cuidados e assistência à população de elefantes em cativeiro do país. Esta entidade é apoiada pela The Wanderlust que envolve, aquando da sua viagem pelo país, os viajantes na referida causa.
Mercados
Muitos acreditam que os mercados na Tailândia são, hoje em dia, voltados para a massa turística e que todos os souvenirs que lá encontramos são iguais em todas as cidades. Mas… não é a esses mercados que me refiro. Refiro-me aos “mercados matinais”, aqueles que nos obrigam a acordar cedo para podermos assistir à azáfama dos locais enquanto fazem as sua compras de mercearia. Aqueles mercados com cheiros fortes, que nos fazem perceber que estamos perante uma cultura diferente da nossa, e que realmente estamos a viajar!
Pessoalmente, adoro mercados. Sinto que ali se respira a verdadeira cultura de um local, razão que me leva sempre a visitar um por cada cidade que passo. Cada rosto, cada braço estendido e cada palavra fazem-me sentir vivo. E é disso mesmo que os mercados se tratam. Permitem-nos sentir a vida de uma cidade, de um país e de um povo, num espaço apertado, em que toda uma organizada confusão nos acolhe e se desenrola à nossa volta.
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