Por Helena Simão - Starting Today
Há destinos que deixam marcas, que vão muito para além das fotografias que tiramos ou das recordações que adquirimos e guardamos num canto especial da nossa casa. Há destinos que ficam impregnados na nossa pele e que têm o dom de mudar pequenas coisas do que fazemos no nosso quotidiano, que têm o dom de nos mudar, de nos enriquecer. A Tailândia, envolta numa aura de mistério, é um desses destinos fortes e ricos em experiências, que nos fazem ter vontade de conhecer mais e, se possível, regressar e repetir.
Localizada no sudeste asiático, a Tailândia é um país que tem tanto de variado como de sumptuoso. E que, ao mesmo tempo, nos desarma pela simplicidade das suas gentes e da sua forma descontraída de viver a vida. Tem cidade para quem se quiser perder no caos de uma das urbes mais populosas do mundo; tem história e cultura, muito ligadas à religião que predomina neste território: o budismo; tem florestas de perder de vista, enriquecidas por uma fascinante fauna e flora, impérios de uma natureza que ainda se preserva intacta; e tem praias, que são autênticos paraísos, com tudo o que a nossa imaginação tem capacidade de criar e mais ainda, verdadeiros diamantes que todos devíamos tocar, pelo menos, uma vez na vida.
Começamos a nossa viagem pela cidade, pelo ruído do trânsito sempre congestionado da capital Bangkok. Mas é aqui que encontramos alguns monumentos que merecem uma visita. Na cidade dos tuk-tuk, andar de táxi também é uma opção, já que as viagens não são caras, embora os estratagemas dos taxistas para levarem os turistas a determinados sítios, previamente combinados com proprietários de estabelecimentos comerciais, quase nos fazem perder a paciência.
Mas, assim que colocamos os olhos no Templo de Mármore, compreendemos que vale a pena. O contraste com o exterior é absolutamente arrepiante. Estamos num local de oração e o silêncio é de ouro, assim como é obrigatório, e isso vale para todos os templos, deixarmos o calçado à porta. O nome deste local, construído em 1899, deve-se ao mármore italiano, principal matéria-prima do templo. Destaca-se, no edifício principal, a estátua dourada de Buda e, no claustro, cerca de meia centena de budas, que descrevem os diferentes estilos do budismo.
Seguimos para o Grand Palace, um enorme complexo protegido por um muro, de um lado, e pelo rio Chao Phraya, do outro. Construído no século XVIII sob as ordens do rei Rama I, foi a residência da família real tailandesa até ao século XX. Tem mais de 300 templos no seu interior, coloridos e imponentes, e bonitos jardins e pátios. Aqui, encontramos o Wat Phra Kaew, que significa Capela Real, onde se encontra o Templo do Buda de Esmeralda, que é, na verdade, feito de jade, considerado o mais sagrado do país. São milhares os turistas que, a todo o instante, entram e saem daquele local e, no entanto, sente-se a magia de um espaço especial de oração para os budistas. São impressionantes também os detalhes visuais e de cores variadas, da arquitetura dos vários edifícios que integram o complexo, como paredes forradas de pequenos pedaços de vidro e espelhos. Detalhes que tornam o todo ainda mais ostentoso.
Numa das poucas colinas da cidade, encontramos o Monte Dourado, mais um local de silêncio e oração. Temos de subir 318 degraus numa escada em espiral para ter uma ampla vista sobre a metrópole. É um lugar místico e não é dos mais procurados pelos turistas.
Depois de andarmos tanto a pé, o corpo pede descanso e é altura de conhecermos a ilha mais famosa da Tailândia: Phuket. Sim, continua a ser de uma confusão que nos atrapalha os sentidos, é muito turística, mas é aqui que percebemos por que é que a Tailândia é conhecida por ser o país dos sorrisos. Tem sol, temperaturas quentes e belas baías de areia clara e com água tépida. Não precisamos de mais nada.
Em vez de Patong, a mais procurada e festiva, escolhemos uma mais pequena e muito mais tranquila: a praia de Kamala. A densa vegetação dá lugar a um areal amplo, ideal para caminhadas relaxantes. Parece que estamos numa aldeia de pescadores, mas não nos falta nada. Temos várias opções de restaurantes, onde a comida thai é a protagonista e merece ser degustada, e temos inúmeros locais, que convidam às tão famosas massagens tailandesas. Vale a pena experimentar nem que seja para desacelerar o espírito e relaxar.
No meio do mar Andaman, encontramos um dos segredos mais bem guardados e valiosos. As ilhas Similan são nove pedaços de terra, com areia branca e fina, rodeados por águas límpidas e transparentes. Vale a pena fazer uma excursão para conhecer este pequeno paraíso recheado de corais, onde residem inúmeras espécies de peixes de todas as cores, qual arco-íris debaixo de água.
Para o fim, deixamos a viagem a Phi Phi Don, uma ilha maravilhosa e com praias deliciosas. Aqui, é importante fugir de zona central, muito confusa e barulhenta, e optar pela mais reservada. A natureza esmerou-se neste lugar com uma vegetação abundante e muito verde, com falésias de cortar a respiração, com areais extensos e tranquilos e com um mar calmo e relaxante, cheio de cor, cheio de vida e de boas energias.
Helena Simão é blogger do Starting Today
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