Ao longo dos anos, Riga esteve sob domínio sueco, polaco e russo e a influência desta diversidade cultural marcou de forma clara e inequívoca o seu centro histórico. Facilmente encontramos ali edifícios com estilos arquitetónicos que vão do Gótico ao Art Nouveau, passando pelo Modernismo.

Após a Segunda Guerra Mundial e a subsequente ocupação Soviética, a cidade Velha de Riga ficou muito degradada e abandonada. O seu processo de restauração apenas começou quando a Letónia recuperou a sua independência em 1991. Foi bem sucedido e hoje, a Cidade Velha é considerada património Mundial da UNESCO e uma das principais atrações de Riga.

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créditos: Travellight e H. Borges

Eu adoro visitar cidades históricas: são visualmente bonitas e têm muito para contar. Habitualmente, também são lugares muito concorridos e regularmente invadidos por multidões de turistas. Foi por isso com espanto (e alegria) que dei por mim a passear numa bonita manhã de Inverno numa cidade quase vazia.

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Ali estava eu, numa das ruas principais e quase não havia turistas. Os locais mais pitorescos estavam vazios e quando não estavam era só esperar uns segundos para conseguir tirar a foto perfeita.

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Há muitas atrações para visitar. Eu comecei na Praça do Município e pela Casa dos Cabeças Negras (Melngalvju nams), uma antiga confraria de comerciantes. O nome deriva do santo padroeiro da sociedade: São Maurício - o primeiro santo cristão negro.

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A construção original data do século XIV, mas foi completamente destruída durante a Segunda Grande Guerra. Felizmente, o projeto sobreviveu e uma réplica exata da casa foi erguida em 2001 para celebrar os 800 anos de Riga.

Ao lado da Casa dos Cabeças Negras fica outro edifício arquitetonicamente interessante: a Schwab House. Ainda na Praça do Município, num edifício da era soviética, encontra-se o Museu da Ocupação, um espaço que retrata os períodos de ocupação nazi e soviética na Letónia. A entrada é gratuita.

Quase em frente à Casa dos Cabeças Negras, do outro lado da praça, fica a Câmara Municipal de Riga, também reconstruída há poucos anos. Entre as duas construções ergue-se uma estátua do santo padroeiro da cidade, ou melhor, uma réplica, já que a original encontra-se na Igreja de São Pedro, na praça contígua que leva o seu nome.

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A Igreja Luterana de São Pedro (Pētera baznīca) é uma das construções mais antigas de Riga e uma paragem obrigatória para quem visita a cidade. Um elevador dá acesso à torre, de onde se pode observar a melhor vista da cidade.

Apesar de São Pedro ser a igreja mais famosa, a catedral de Riga não deixa de merecer igualmente uma visita.

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Conta-se que o compositor Franz Liszt gostava tanto desta catedral que escreveu uma peça em sua honra. Construída no século XIII, é a maior igreja medieval dos países bálticos, mas, como muitos marcos de Riga, sofreu extensas modificações desde a sua fundação.

Um pouco mais à frente, na rua Klostera, encontra-se o mais antigo edifício de habitação da cidade. Construído em finais do século XV, data de uma época em que o bom relacionamento comercial com a Holanda fez Riga adotar o estilo arquitetónico dos Países Baixos, uma influência que se nota ainda hoje.

Os edifícios adjacentes são de data posterior, mas os letões intitularam o conjunto como Tris Brali ou Três Irmãos. Têm três cores distintas: o edifício do meio é amarelo, o da esquerda verde e o da direita branco.

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As ruas estreitas da Cidade Velha são um encanto e estão cheias de surpresas engraçadas como os cantores de Bremen, uma escultura de bronze, com um burro, um cão, um gato e um galo, que representa o conto infantil escrito pelos Irmãos Grimm, sobre os quatro animais.

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Ou a Casa do Gato (Kaķu nams) um edifício de 1909, famoso por possuir no topo do seu telhado duas esculturas de gatos pretos.

O Castelo de Riga é outro monumento do século XIV que merece visita. Foi destruído e reconstruído ao longo dos séculos e, atualmente, é sede não apenas do Museu de História Nacional, mas também residência oficial do Presidente.

Explorar o centro histórico pode ser cansativo, mas para recuperar o fôlego, não há nada melhor do que nos sentarmos num dos charmosos cafés da zona a beber uma bela chávena de chá.

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Num dia frio de Inverno, não há dúvida de que esta é forma perfeita de terminar a visita a Vecrīga, a Cidade Velha de Riga.

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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World