Belo Horizonte tem três clubes de futebol relevantes e dois deles, o Cruzeiro e o Atlético, ocupam lugares cimeiros no futebol brasileiro.
Nos últimos anos têm conquistado os maiores troféus do Brasil e também da América do Sul. Não se estranha assim que o New York Times tenha qualificado Belo Horizonte como a “capital do futebol brasileiro”.
Quando se confrontam os dois rivais, a cidade vive um dia especial. Foi o que presenciei no final de Outubro com o Atlético a vencer o Cruzeiro por 3-1 no Mineirão.
O futebol faz parte do dia a dia do brasileiro e o Mineirão acompanha essa paixão na cidade que comemora este mês 120 anos.
O estádio foi profundamente reformulado em 2010 para o Campeonato do Mundo de Futebol de 2014 e o torneio feminino dos Jogos Olímpicos de 2016.
É uma estrutura moderna e seguiu as normas da FIFA, quando da última reformulação. Tem lotação para 62 mil lugares sentados, ocupa o quinto lugar no Brasil em termos de lotação e sofreu uma transformação profunda porque antes, na “geral”, os espetadores ficavam em pé.
Conforme conta José França, que está no Mineirão desde a sua construção, uma das memórias dos mais de 50 anos que passou neste estádio foi em 1997, no jogo da final do campeonato mineiro entre o Cruzeiro e Vila Nova que registou 132 mil espetadores.
O Mineirão foi inaugurado em 5 de Setembro de 1965 e a gestão é de uma Parceria Publico Privada. A estrutura tem ainda zonas de lazer, espaços para eventos, restaurantes e o “Museu Brasileiro do Futebol”.
O acervo tem um levantamento documental da construção do Mineirão e da força do futebol na sociedade brasileira. Uma das abordagens interessantes é sobre o papel da rádio nos anos 30 e 40 do século passado na massificação do futebol.
No próprio estádio, no corredor central que dá acesso ao relvado, estão escritas nas paredes algumas frases que ficaram célebres dos relatos de futebol.
O museu tem ainda uma extensa exposição sobre os clubes e as seleções de futebol que jogaram no Mineirão e também de nomes imortais do futebol brasileiro.
O estádio é muito visitado por escolas. Está classificado como património cultural de Belo Horizonte.
A sua construção é uma epopeia e também uma história marcante na evolução da cidade.
Belo Horizonte foi inaugurada em 1897 e sete anos depois já tinha um clube de futebol: o Sport Club fundado por dois portugueses. Mais tarde, em 2008, foi criado o Atlético Mineiro e a comunidade italiana formou o Palestra Itália que está na origem do Cruzeiro. Em 1912 foi criado o América que tinha o seu estádio no que é hoje o Mercado Central.
Na década de 40, Belo Horizonte tinha três estádios (do América, do Cruzeiro e do Atlético) e a lotação de cada um não ultrapassava os 15 mil lugares.
Depois da II Grande Guerra Belo Horizonte teve um grande impulso de desenvolvimento urbano. Foi construída a Pampulha e aumentou significativamente a população residente. Ao mesmo tempo, o futebol tornou-se muito popular. Foi neste contexto que foram dados os primeiros passos para a construção do Mineirão. Não foi fácil.
Demorou quase 15 anos e com final incerto. Umas vezes não havia dinheiro, outras vezes os prazos eram apertados e a última fase dos trabalhos foi ao ritmo de 24h/dia.
O estádio está localizado na zona da Pampulha e está muito próximo da lagoa que dá um enquadramento natural a toda esta zona da cidade.
Por outro lado, se muitas das memórias da cidade estão associadas ao Mineirão, também é verdade que o estádio foi palco de alguns jogos de futebol que vão ficar na história do futebol brasileiro. Um deles não é uma boa recordação para o futebol canarino. Foi no Mineirão que o Brasil perdeu por 7-1 com a Alemanha, no Mundial de 2014.
A TAP tem voo direto para Belo Horizonte. A viagem foi a convite da SETUR e do Festival Fartura.
Comentários