[Fecha os olhos: cheira. Cheira: rosas, lírios, orquídeas, flor de lótus, cravos. Abre os olhos: vê. Vê: amarelo, azul, vermelho, rosa, lilás. Há linha e agulha nas mãos das mulheres que cosem: flores, cosem como quem cose roupa, como quem cozinha o mais delicado prato. Mulheres feitas de sorrisos: cuidam as flores].
Um passeio pelo Pak Khlong Talat – o mercado das flores ou mercado das orquídeas – chegaria para pintar os pensamento mais escuros de cores vivas e sorrisos abertos. É a cor a espalhar-se por todo o lado e as flores a ganhar, pelas mãos das mulheres que as trabalham, vida em formas de arte como colares, pulseiras, coroas...
É um mercado de todos os dias, todos os dias aqui cheira a flores frescas, mas nos dias que antecedem o festival Loy Krathong aumenta a azáfama dos que fazem das flores o seu dia-a-dia e aumentam os olhos dos curiosos, que se passeiam ao ritmo de quem vê pela primeira vez. Para lá das flores, há legumes, como abóboras gigantes, fruta, especiarias várias. A mercadoria chega das muitas províncias do país, ora transportada pelas águas do rio Chao Phraya e recolhida mesmo ali ao lado do mercado, no cais Saphan Phut, ora pelos trilhos e estradas que chegam a Bangkok.
As flores, como os sorrisos, são facilmente oferecidos por estas terras, por estas mãos, por estes rostos. Oferecem-nas, a cada novo dia, a buda. São presença obrigatória nos templos, santuários, cerimónias ou simplesmente entregues na mão de alguém que passa, como nós, em jeito de boas-vindas, na troca de um sorriso.
E isto agradece-se: sawadee kha, Tailândia.
Este artigo foi originalmente publicado no blogue Menina Mundo.
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