Uma viagem que começou com os preliminares da COVID-19 e em que tudo correu bem. A Vera (verasantos_06) é uma influencer e viajante portuguesa que contou como foram dois meses e meio desde a Tailândia, passando por Laos, Myanmar e terminando em Sri Lanka. Foi de mochila às costas com o seu namorado e ambos apaixonaram-se pelo Sri Lanka. Visitaram várias cidades, muito além de Colombo. Tiveram de regressar de emergência a Portugal porque foi noticiado que as fronteiras iriam fechar na altura aguda que todos vivenciámos na primeira fase da pandemia. Mas nem isso afetou a visita de um mês no Sri Lanka, a terra de sonhos que estes portugueses escolheram.
O que importa saber? Estadia: airbnb e guesthouses, mas convém fazer a reserva no próprio balcão do alojamento pois o anfitrião não cobra taxas como as que se pagam através das reservas via aplicações. É uma questão de negociar e resulta totalmente por todo o país, de forma muito significativa no somatório das contas. Sobretudo para casais jovens! Outra dica: podem fazer a reserva um dia antes - enquanto atravessam cidades - e tratar do pagamento na hora de chegada. Preços? Oito dólares por noite, com pequeno-almoço.
E sobre o pequeno-almoço: a Vera Santos sugere uma espécie de panquecas tradicionais que são cozinhadas com massa de arroz fermentado. São servidas com leite de coco e em que as pontas têm um aspeto delicioso pois aparecem bem tostadinhas. A Vera e o seu namorado recomendam estas panquecas com ou sem ingredientes a mais. Mas por falar de ingredientes, a nossa portuguesa aconselha vivamente a pedir para não colocarem picante, pois é o triplo do picante que experienciam na Tailândia. Portanto, não é para brincadeiras. Mais, não faz bem ao colesterol. Ah e caril existe em todas as refeições diárias!
Outra forma de poupar e usufruir das maravilhas das cidades do Sri Lanka: não optar por tuk-tuk, mas sim os comboios e autocarros. Claro que tem de contar com o facto de ir muito apertado entre as pessoas e raramente encontra lugares sentados. Então, mas assim observa as paisagens de pé e ainda os nativos e a sua humildade maravilhosa. Mais poupança para uma viagem de longo curso e de muito tempo? Pagar cerca de 1.5 euro por refeições diárias. Frango e arroz vai comer muito!
Algo que o casal notou foi o auge da simpatia neste país da Ásia Meridional. Sentiram um acolhimento entusiástico e confessam que houve uma pessoa que os marcou extremamente. De forma emotiva e com quem falam até hoje via whatsapp. Conheceram-no num dos poucos tuk-tuk que utilizaram numa cidade. Estavam à procura de boleia para o alojamento e depararam-se com duas limitações: as pessoas mais velhas não falavam bem Inglês e não compreendiam os endereços pedidos. Um rapaz emerge com o seu sorriso e o seu transporte mal viu o olhar da Vera. Basta olhar e já é um ‘chama táxi’! Sabemos disto, algo constante na Ásia. Depois de negociarem o valor da viagem, começou uma outra viagem dentro desta no Sri Lanka: conhecer o rapaz-guia. Ele não era apenas um guia, ficou um verdadeiro amigo. Ia recomendando os melhores locais e sobretudo praias com as melhores ondas.
Entre viagens que recomendava diariamente ao casal português, contou como ficou órfão após o tsunami no Sri Lanka, aos 10 anos. Foi um templo que o acolheu durante apenas dois anos e em troca de comida propuseram que ele se preparasse mentalmente para aos 12 anos começar a viver sozinho no mundo agreste. Tornou-se um menino-guia, chamo-lhe assim, que encanta turistas da forma mais genuína possível. O rapaz escapou ao tsunami porque estava na escola e não foi atingido. A família foi ceifada completamente e ele ficou só entre destroços, luto e sonhos.
Este rapaz esteve sempre atento ao casal e assegurou-lhes serenidade diária com mensagens pois, entretanto, começou uma agitação para os turistas e nativos: as notícias agravavam o estado das fronteiras e o casal português tinha de sair de emergência. A Vera chorou quando se despediu do rapaz, pois sentiu que tinha encontrado a alma mais genuína do mundo.
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