![As minhas viagens de sonho. A liberdade croata, a voz da Turquia e as árvores de Singapura](/assets/img/blank.png)
Croácia, julho de 2017
Dubrovnik e o mais belo voo das nossas vidas
Nem todas as viagens são caracterizadas por calor, sol e água salgada. Para nós, a Croácia é tudo isso, mas muito mais. Foi em Dubrovnik que assistimos ao mais belo voo das nossas vidas: no interior daquela carcaça polida chamada Boeing que sobrevoava a cidade velha e nos deixou de queixo caído.
Dubrovnik é cidade, mas tirou-nos da cidade. Trouxe-nos para a vontade de descalçar os pés e caminhar na relva, na areia, na pedra, no mar.
Lá também nós nos sentíamos gatos vadios, sem rumo e sem horário, ora a deambular pela sombra, ora de barriga para o ar ao sol. Foram muitos os gatos de rua que nos cumprimentaram com um suave encostar de orelhas nas pernas. E foram muitos os gatos de rua com quem partilhámos restos de peixe grelhado e água fresca. Por lá, são reis e senhores. Tudo cheira a água salgada e liberdade.
![Dubrovnik e o mais belo voo das nossas vidas Dubrovnik e o mais belo voo das nossas vidas](/assets/img/blank.png)
Lokrum e os coelhos selvagens
No dia em que apanhámos um pequeno barco rumo à ilha de Lokrum, as temperaturas rondavam os 29º celsius. Algumas regiões da ilha estavam desertas, só para nós. Explorámos, corremos, descalços nos pés e na alma e também mergulhámos. A adrenalina de saltar das rochas e submergir o corpo naquelas águas frescas de sal – haverá memória mais valiosa?
Foi também por lá que fomos agraciados com a presença de coelhos selvagens, cada um mais amigável do que o outro, com quem partilhámos alguma água. Qual mundo encantado qual quê, onde as ruas não são cinzentas, o horizonte não esconde prédios, fábricas ou fumaças, os animais interagem connosco como amigos de longa data, e o mar nos embala no seu colo. A Croácia foi assim um sonho.
![Lokrum e os coelhos selvagens Lokrum e os coelhos selvagens](/assets/img/blank.png)
O pintor que sobreviveu à guerra
Certa noite, ao percorrer as ruelas labirínticas de uma das mais belas cidades dos Balcãs, deparámo-nos com uma simples loja, de portas abertas, com diversos postais à venda. Sentimo-nos gravitar para o seu interior, e avançámos. O dono da loja era Ivo Grbic: um pintor e sobrevivente da Guerra dos Balcãs que havia documentado em fotografias o cenário devastador da guerra e dos bombardeamentos ali mesmo, naquela ruela de Dubrovnik. Trocámos algumas palavras. Algures na loja, lemos a frase que mais nos marcou e que hoje ainda faz tanto sentido: a liberdade não se vende, nem por todo o ouro do mundo.
![O pintor que sobreviveu à guerra O pintor que sobreviveu à guerra](/assets/img/blank.png)
Cavalos selvagens
Certo dia, nos Balcãs, a caminho de Mostar e de novas aventuras, a paisagem de verdes incessantes foi interrrompida de súbito pela presença de cavalos selvagens que interceptaram a estrada e nos obrigaram a parar. Mais um cenário inesquecível para nos invadir as memórias.
Por agora, ansiamos, com muita paciência, que novos alentos nos tragam de novo todas estas liberdades. A liberdade do pintor que não se deixou vergar pela guerra, a liberdade do mar que se mostra impossível de conter, e a liberdade dos gatos, dos coelhos e dos cavalos da Croácia, que se deixam levar pelo sabor do vento.
![Cavalos selvagens Cavalos selvagens](/assets/img/blank.png)
Turquia, março de 2018
A voz da Turquia
Istambul marcou-nos pela confusão feita de calmaria. Como se tudo fosse agitado e caótico de uma forma quase harmoniosa. Um caos controlado. O contraste das pessoas que circulam de lado para lado, as gaivotas que pairam na ponte, as casas que se empilham umas em cima das outras e a tranquilidade do mais sereno céu azul a enfeitar a imponente Hagia Sophia.
Istambul tem voz: a dos pescadores, a dos vendedores de pão com sardinha, a dos transeuntes que circulam perto da Galata, o som dos barcos que cruzam o Bósforo, o grito das aves, o grito cantado das vendedoras nos mercados e, sobretudo, a voz harmoniosa com que nos chama para as suas mesquistas 5 vezes ao dia, com tanto encanto e tanto exotismo.
![A voz da Turquia A voz da Turquia](/assets/img/blank.png)
Singapura, março de 2019
Árvores que dançam
Estar doente em viagem não é, de facto, a memória mais bonita que se pode ter de um qualquer destino. Ainda assim, sortudo o viajante que possa afirmar nunca ter sofrido uma intoxicação alimentar ao mudar de continente. Faz parte, como sabemos. Em Singapura, depois de uma breve passagem pela Malásia, também o Bruno sofreu desse mal: uma intoxicação alimentar mal resolvida que lhe dava febres súbitas e corridas de estilo Obikwelu para a casa-de-banho.
Mas o facto de termos apenas 2 dias para desfrutar desta moderna cidade-estado feita de construções alienígenas foi suficiente para o encher de coragem e decidir avançar rumo aos mais belos jardins do Mundo. Apesar das dores e dos suores frios, tudo valeu a pena quando, finalmente, após muita espera, os jardins à nossa volta ganharam vida e as gigantes árvores dançaram com luzes e cores num espetáculo envolvente e inesquecível.
![Árvores que dançam Árvores que dançam](/assets/img/blank.png)
Vamos criar o álbum de viagens mais belo do mundo?
Lançamos um novo desafio aos nossos utilizadores: queremos conhecer as vossas melhores memórias de viagens.
Enviem por e-mail - sapo.viagens@sapo.pt - uma fotografia, com uma breve descrição a acompanhar, da melhor viagem que fizeram. Aquela que vos marcou de uma forma única e que vos vem sempre à cabeça quando alguém pergunta: qual foi a melhor viagem que já fizeram? Não se esqueçam de referir: lugar e data (mês e ano) da viagem.
ou
Partilhem a fotografia, com a devida descrição, via Instagram, usando a hashtag #albumsapo. Podem também continuar a usar a nossa tag habitual #sapoviagens.
Como já fizemos com o desafio Da minha janela, vamos destacar as melhores imagens através de galerias de fotos e os melhores relatos vão ser destacados em artigos como este.
Vamos a isso? Contamos com a vossa colaboração.
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