Quem já ouviu: ‘Esse lugar não é para crianças’ ?
Nós já, e nunca demos ouvidos! Ora, temos algo importante a partilhar convosco sobre a nossa visita aos templos de Angkor, o assunto é sério, trata do modo como a nossa Menina Mundo viveu estes dias de visita:
Não sentiu curiosidade alguma. Ficou ali, agarrada às – saias da mãe, aos calções do pai – sem vontade de explorar. Aborrecida. Não quis espreitar de uma única janela. Não soltou uma única gargalhada – caso contrário eu poderia jurar que o que ouvi repetir-se fora o eco delas: fartas. Não sorrimos ao sol a espreitar por entre o escuro e duro da pedra. Não jogámos às caçadinhas. Não. Nem jogámos às escondidas, entre colunas seculares. Também não desenhamos no chão, sob o olhar atentos dos rostos de Bayon. Não. E não fizemos de conta que provámos as comidinhas que a Mia preparou, com terra e paus que foi apanhando, nos percursos florestais entre templos. Não vimos corações nos trocos das árvores, nem tocámos as raízes que vieram espreitar acima da terra. E a Mia não ficou a admirá-las em silêncio. Não tivemos descanso: por não ter corrido, desenhado, brincado às caçadinhas ou escondidas, não se cansou e não dormiu a sua sesta. Não amamentei neste lugar histórico, neste mais importante património religioso, não, nem uma única vez, que isso não se faz! E claro que os monges de Angkor não gostam de crianças, não têm iPhones e não pediram uma selfie com a Mia.
Por isso, pais, que vos sirva de aviso: Angkor, definitivamente, não é para crianças. E se as palavras não vos chegam, vejam com os vossos próprios olhos, a fotogaleria diz tudo o que as palavras não dizem.
Para saber mais sobre Angkor Wat leia: Angkor Wat: os templos que a natureza engoliu.
Este artigo foi originalmente publicado no blogue Menina Mundo.
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