Corria o ano de 2007 e Carla Mota e Rui Pinto viam-se embrenhados em trabalho mas não desistiam de um sonho que os tinha unido: conhecer a Índia. Programaram a viagem de forma "arcaica" aos olhos actuais. A internet ainda dava os primeiros passos em Portugal. Marcaram as viagens online e fizeram reservas de um bilhete de India Rail (semelhante ao interrail mas para a Índia). Tudo o resto foi preparado de forma bem tradicional. Enviaram cartas para os Postos de Turismo da Índia, pediram sugestões pelo correio, e elas chegaram, sob a forma de panfletos e brochuras. Com a ajuda de mapas, traçaram o seu percurso. Havia tanto para conhecer. Um primeiro plano dava para percorrer o país durante quatro meses. Não tinham esse tempo. Tiveram que cortar destinos. Cortaram até conseguir colocar tudo em quase dois meses (o máximo que conseguiam esticar o seu tempo de férias). A viagem recaía sobre Caxemira, Ladakh, Rajastão, Goa, Querala, Tamil Nadu, Calcutá, Bihar, assim como cidades incontornáveis como Delhi, Mumbai, Varanasi, Madurai ou Chennai. Tudo a bordo dos comboios indianos. São essas fotografias que partilham connosco agora. 

Mas a viagem deu-lhes muito mais do que podiam ter ambicionado. Passaram fome, apanharam bactérias, tiveram acidentes, choraram, chatearam-se, discutiram, mas conseguiram sobreviver a um país que os marcaria para sempre. Para além de tudo, riram, abraçaram-se, beijaram-se, divertiram-se, superaram-se... a acima de tudo, viveram. Viveram e sentiram-se vivos, como nunca se tinham sentido. Fizeram juras de amor eterno, que prometeram seriam comemoradas a cada 10 anos na Índia.

Apaixonados um pelo outro e pelas viagens. Como se passa uma vida a viajar?
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Muita coisa mudou desde a primeira viagem à Índia. A Índia mudou-os. Decidiram criar um blogue de viagens, o Viajar entre Viagens, onde desde 2008, partilham as suas aventuras pelo mundo. Um blogue que começou por ser um diário onde desabafavam e partilhavam os maus e bons momentos. Momentos maus como os que choraram abraçados quando foram presos no Equador ou roubados na Guatemala. E momentos bons como quase todos os que viveram juntos. 

Porém a Índia foi sempre a viagem que mais os marcou. Nunca pensaram sentir-se viver e usufruir de cada momento como naquele país. Nunca pensaram partilhar alegrias e tristezas com a população local, como o fizeram na Índia. Fazer a Índia de mochila às costas, de comboios e transportes públicos, dormindo nas estações, e em hotéis de beira de estrada, explorando lugares inóspitos como a Caxemira ou Bihar, a zona mais pobre da Índia, tinha-os posto à prova. 

Quer conhecer o mundo sem gastar muito dinheiro? Vá de mochila às costas
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A Índia não é um país para principiantes. O choque cultural é imenso, talvez o maior que um ocidental possa ter. O calor das monções não ajudava. Os cheiros, omnipresentes, não davam descanso aos sentidos. A pressão das pessoas, aos milhões, de dia e de noite, em todos os lados. A falta de espaço privado e de noção de privacidade. As vacas. As frutas. O lixo. As flores. A miséria. Os sorrisos. A fome. A alegria das pessoas. As buzinas. A bondade. Tudo no mesmo país. Tudo ao mesmo tempo.  

Agora, 10 anos depois, é hora de voltar. Voltar ao país mas descobrir outros lugares. Os mesmos olhos percorreram os mesmo mapas, as mesmas brochuras, os mesmos guias. Um novo bilhete de India Rail, para dois meses, mas agora para novos destinos. Destinos desconhecidos da maioria dos ocidentais e da maioria dos indianos também. A aventura vai levá-los ao Himachal Pradesh e Uttaranchal, na fronteira com o Nepal, ao Sikkim, Assam e Arunachal Pradesh, na fronteira com o Butão, a Meghalaya, e Oeste Bengala, na fronteira com o Bangladesh, a Orissa, a Karnataka, a Maharashtra, a Madhya Pradesh e às ilhas Andaman. São outras Índias. Índias inóspitas e desconhecidas. E outra vez de mochila às costas. 

A viagem já está a começar. Siga todas as aventuras no facebook, no instagram ou no canal youtube do blogue do Viajar entre Viagens. Um dia, a história desta viagem também será aqui contada. 

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