O clássico Interrail foi a primeira viagem, percorrendo a Europa de comboio, fazendo campismo e conhecendo-nos melhor, cimentando a relação. O Viajar Entre Viagens ainda não existia, mas já sabíamos que viajar seria um verbo fundamental na nossa vida conjunta, e que as viagens iriam fazer parte essencial da nossa história a dois.
Rapidamente os períodos de férias seriam dedicados a novos destinos, a mundos tão diferentes que parecem não fazer parte do nosso. A hospitalidade do Irão, a imensidão da Argentina, o mistério da China, as águas do Belize, as cores da Tanzânia, a magnificência da Islândia, as neves eternas do Quirguistão. Tudo passou a ser motivo de atracção, aquilo que nos fazia ir. E há tanto mundo por conhecer… Até nos recantos do nosso Portugal.
Muitos são aqueles que deixam tudo para trás durante um ano ou dois, fazem uma grande viagem, e depois regressam à rotina. Mas algo diferente é saber conjugar a vida de cá, e suas obrigações, com as viagens. Saber que se trabalha também para viajar. Regressar, ficar, e saber que brevemente se partirá novamente. Muitas vezes perguntam-nos: “Não querem viver das viagens?”. “Não, queremos passar a vida a viajar”, respondemos.
Mas não é fácil sobreviver a uma viagem a dois, é necessário ir conhecendo quem está ao nosso lado, ao mesmo tempo, e com o mesmo entusiasmo, que se aprende palavras de uma língua estranha, ou se estuda os pormenores de uma paisagem desconhecida, até termos a certeza que estamos com a pessoa certa, aquela que faz com que a viagem, e não o destino, seja a razão do ir e do voltar.
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